Oferta em alta e juros baixos atraem investidores para leilão
de imóveis
O mercado de leilão de imóveis encontra-se em um cruzamento
perfeito: ao mesmo tempo em que a oferta de propriedades ainda é grande, as taxas de juros em baixa repelem investidores de aplicações
conservadoras em poupança e atraem compradores interessados em financiamentos
mais baratos.
De acordo com Henri Zylberstajn,
leiloeiro da Sold Leilões, este mercado cresceu mais de 300% em 2019, em
comparação com o ano anterior.
“Com a melhora da economia, você tem mais gente
com condições de comprar, mas como essa melhora é muito recente, você ainda tem
muito reflexo de retomada de imóvel por causa da crise”, afirma.
Na Lance no Leilão, o número de imóveis leiloados este ano aumentou em 60% na
comparação com o ano anterior. Na Mega
Leilões, o crescimento foi de 20%.
O arremate de imóveis para
investimento tem se tornado especialmente atrativo, uma vez que as taxas de juros em baixa reduzem a
rentabilidade de aplicações financeiras mais conservadoras, incentivando
investidores a buscarem outras formas de fazer render seu dinheiro.
Com o mercado imobiliário em recuperação, a expectativa é de
uma valorização desses ativos nos próximos anos, diz Fernando Cerello,
leiloeiro da Mega Leilões.
Para além desse movimento geral da economia, outros
fatores como mudanças em leis de zoneamento e obras de infraestrutura urbana
também apontam para uma alta de preços.
Dicas para comprar um imóvel em leilão
1.
1. Leia atentamente o edital. Nele constam informações sobre a
propriedade, taxas, prazos e eventuais pendências. Caso haja discrepâncias
entre o que foi descrito no edital e o cobrado do consumidor, ele pode procurar
órgãos de defesa, como o Procon
2.
2. Busque visitar o imóvel. Mesmo que ele esteja ocupado, vá até o
bairro ou condomínio e tente conversar com vizinhos e síndicos
3.
3. Procure a administradora do imóvel. Eventuais dívidas de condomínio
serão informadas por ela
4.
4. Pesquise os preços. Faça uma avaliação do valor médio dos imóveis da
região e, se a intenção for comprar para locar, se informe sobre os valores
médios cobrados na área para o mesmo perfil de imóvel
5.
5. Busque assessoria jurídica para imóveis com muitas pendências. Caso
ele esteja ocupado, com muitas dívidas de condomínio e IPTU, é melhor buscar um
advogado especializado para estimar custos e tempo de processos judiciais
6.
6. Informe-se sobre o leiloeiro. Busque sites confiáveis, com boa
reputação e credibilidade. Faça um cadastro nas empresas e monitore os anúncios
7.
7. Fale com o banco. Caso pretenda financiar o imóvel, faça uma avaliação
prévia de crédito com diferentes instituições financeiras
8.
8. Calcule seus gastos. Para além do valor de arremate, há custos com
taxas, impostos, registro em cartório e eventuais reformas. Dependendo do caso,
o desconto no leilão pode não valer a pena
9.
9. Defina seu propósito. Se a compra for um investimento, eventuais
demoras e processos judiciais podem não ser um problema, mas se a intenção for
moradia, é melhor buscar imóveis já desocupados
10. Fique de olho em oportunidades. Mudanças na lei de zoneamento e
melhores de infraestrutura podem valorizar —ou depreciar— certos tipos de
planta e regiões
VALOR ECONÔMICO