Zylberstajn,
economista da FIPE e autor de uma das propostas de reforma da Previdência
apresentadas a equipe de Paulo Guedes, diz que com menos
vínculos de emprego, Previdência do futuro vai depender de renda básica
universal e poupança individual.
Os vínculos de
emprego são cada vez mais raros e, no futuro, a aposentadoria como
conhecemos vai acabar, afirma o professor da USP e pesquisador da Fipe Hélio
Zylberstajn. Para substituir um sistema hoje dependente de contribuições
sobre a folha de salário, ele defende uma aposentadoria de três pernas:
renda universal para idosos, Previdência no modelo atual e sistema de
capitalização.
No modelo sugerido, o
setor privado administraria as contas individuais. Para impedir que má
gestão pulverize a poupança do trabalhador, planos que não entreguem bom
rendimento seriam dissolvidos, e as contas seriam transferidas para os mais
rentáveis.
O economista afirma
que o ideal seria votar primeiro a reforma do setor público. “Assim ficariam no
palco, com a iluminação ligada, e teriam que explicar por que defendem seus
privilégios.” Mas também vê riscos na estratégia de fatiamento da reforma.“É a
melhor forma de garantir que os recursos vão ser alocados da melhor maneira. Se
deixar com o Estado, aí, sim, pode haver problemas de governança”, afirma ele.
FOLHA DE SÃO PAULO