Petros
quer que sindicatos não questionem na Justiça plano que reduz aposentadorias.
Pensionistas reagem judicialmente
contra o fundo; discussão é nova polêmica no plano que tenta cobrir rombos
atribuído a corrupção e má gestão.
Na
contramão da atual tendência, que é de esvaziamento dos sindicatos, um grupo de
pensionistas do Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras,
quer garantir que tenham os seus direitos defendidos em todas as instâncias
pelos sindicatos de petroleiros.
Esse grupo contesta na Justiça uma manobra da
presidência do Petros que obrigou sindicatos a assinarem termos se
comprometendo a não judicializar um novo plano de equacionamento do PPSP (Plano
Petros do Sistema Petrobras).
O
novo plano, elaborado pelo Petros, recebeu contribuições dos sindicatos e busca
equacionar rombos de 2015 e 2018.
O plano em vigor foi feito para cobrir
déficit superior a R$ 28 bilhões no fundo referente a rombos entre 2013 e
2015.
O
plano atual, considerado draconiano e difícil de cumprir, foi questionado na
Justiça pelos sindicatos da categoria. Até outubro de 2018, diferentes
entidades conseguiram 31 liminares para não efetuar os pagamentos
extraordinários previstos no plano.
A
atual gestão da Petros apresentou uma nova proposta que, segundo os sindicatos,
exigiria menor contribuição da maioria dos pensionistas.
Em troca, reduziria o
valor de aposentadorias e pensões pagos a eles.
Como
condição para levar adiante as negociações do plano, no entanto, o presidente
do Petros, Bruno Dias, teria exigido dos sindicatos a assinatura de um termo
por meio do qual as entidades se comprometem a não propor ações coletivas
contra um eventual novo plano de equacionamento.
O termo
fala em “obrigação de não discutir na esfera judicial e administrativa os
termos da proposta”.
FOLHA DE SÃO PAULO