Pena diz estar preocupado com a concentração dos investimentos e a necessidade de as EFPCs
aprimorarem a sua comunicação com os participantes
dos planos que administram.
O Diretor-Superintendente da PREVIC, Ricardo Pena, disse serem
duas as maiores preocupações atualmente em relação às entidades fechadas, ao
participar do evento “Horizontes APEP: Navegando na volatilidade – estratégias
de investimento em tempo de incertezas”, realizado pela Associação dos Fundos
de Pensão e Patrocinadores do Setor Privado (APEP).
O que preocupa,
segundo ele, são " os riscos com a alta concentração dos
investimentos dos fundos de pensão. E, também, com a necessidade de que as
entidades aprimorem a comunicação com os participantes ".
Ao falar sobre a concentração dos investimentos, Ricardo Pena, disse que
para alguns planos faz sentido.
“Um plano BD fechado, com duration encurtada,
tem uma demanda por liquidez. Já para os planos de contribuição definida e de
contribuição variável, com prazos de obrigações atuariais mais longas, ter a
diversificação, mesmo em patamares pequenos, faz mais sentido, sobretudo com o
horizonte de portfólio, e tendo a condição de reinvestimento. Isso tem de estar
no radar do gestor da EFPC que toma decisões dos recursos previdenciários de
terceiros”, explicou.
Ricardo Pena acredita que o termo “imunização de carteira” é muito forte
e não reflete o mundo real.
O que existe, na verdade, é uma tentativa de
minimizar o risco de fluxo de caixa, realizando uma otimização para cobrir a
necessidade de pagamentos.
Mas a conjuntura é dinâmica, o ano que vem, por
exemplo, com as eleições, de alguma forma poderá ocorrer uma reprecificação dos
preços dos ativos financeiros e isso vai trazer desafios também para o gestor
de plano de previdência”, alertou. “No regime de capitalização financeira, faz
todo sentido a diversificação.
Nós não podemos deixar de aproveitar esse
conceito básico de finanças e, talvez, alguns gestores estejam desaprendendo a
diversificar.
Mas quem faz gestão de portfólios sabe que no longo prazo a diversificação
se traduz em melhor desempenho para o plano e seus participantes”, completou.
Ao falar sobre a atualização da Resolução PREVIC 23/2023, que está em
consulta pública até o dia seis de novembro, Ricardo Pena destacou a
preocupação com a comunicação dirigida aos participantes e assistidos pelas
Entidades Fechadas de Previdência Complementar, inclusive comunicação sobre
investimentos.
“A gente vê uma linguagem hermética e sofisticada”, sem levar em
conta que o participante pode ser de diversas categorias de trabalhadores e “a
linguagem de finanças não é simples”, resumiu. Ele disse que “comunicar não é o
que eu quero falar, mas o que eu preciso falar e o participante precisa
entender”, definiu.
PREVIC