Meta fiscal será
cumprida com folga, mas país terá quinto ano seguido de déficit.
O rombo da Previdência já soma R$ 155,1 bilhões no período entre janeiro e setembro, um
crescimento real (descontada a inflação) de 5,9% na comparação com o mesmo
período do ano passado.
O déficit crescente das aposentadorias é a principal razão para as
contas públicas terem apresentado um
déficit primário (receitas menos despesas
antes do pagamento de juros) de R$ 22,9 bilhões no mês passado.
Ou seja, o quarto
maior resultado negativo para meses de setembro da série histórica do Tesouro
Nacional, iniciada em 1997.
Isso aconteceu
apesar de a arrecadação federal ter crescido 3,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, somando
R$ 96,6 bilhões, segundo dados divulgados nesta sexta (26) pelo Tesouro.
Enquanto isso, as
despesas, turbinadas pela Previdência, totalizaram R$ 119,6 bilhões, crescimento
de 1,7% na mesma comparação.
A parte da
contabilidade pública que não tem a ver com a Previdência Social, formada pelo
resultado do Tesouro Nacional e do Banco Central, teve um superávit de R$ 8,4
bilhões no mês passado. Mas o rombo da Previdência totalizou R$ 31,4 bilhões em
setembro.
"Se olhar só
Tesouro Nacional e Banco Central, as contas estão melhorando", afirmou o
secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. "O problema é que o déficit da
Previdência não para de crescer. Há alguma chance de contas fiscais da União e
dos Estados melhorarem sem reforma da Previdência? Não".
No
acumulado do ano, o déficit primário total é de R$ 81,5 bilhões, o terceiro
pior resultado da série histórica. Na comparação com o mesmo período do ano
passado, o resultado negativo foi R$ 32,8 bilhões menor, por causa
principalmente do aumento da arrecadação. Em 12 meses terminados em
setembro, o resultado primário é negativo em R$ 97,2 bilhões.
FOLHA DE SÃO PAULO