Rombo da Previdência até setembro já é 6% maior do que o de 2017


Meta fiscal será cumprida com folga, mas país terá quinto ano seguido de déficit.

O rombo da Previdência já soma R$ 155,1 bilhões no período entre janeiro e setembro, um crescimento real (descontada a inflação) de 5,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O déficit crescente das aposentadorias é a principal razão para as contas públicas terem apresentado um déficit primário (receitas menos despesas antes do pagamento de juros) de R$ 22,9 bilhões no mês passado.

Ou seja, o quarto maior resultado negativo para meses de setembro da série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1997.

 

Isso aconteceu apesar de a arrecadação federal ter crescido 3,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, somando R$ 96,6 bilhões, segundo dados divulgados nesta sexta (26) pelo Tesouro. 

Enquanto isso, as despesas, turbinadas pela Previdência, totalizaram R$ 119,6 bilhões, crescimento de 1,7% na mesma comparação. 

A parte da contabilidade pública que não tem a ver com a Previdência Social, formada pelo resultado do Tesouro Nacional e do Banco Central, teve um superávit de R$ 8,4 bilhões no mês passado. Mas o rombo da Previdência totalizou R$ 31,4 bilhões em setembro.

"Se olhar só Tesouro Nacional e Banco Central, as contas estão melhorando", afirmou o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida. "O problema é que o déficit da Previdência não para de crescer. Há alguma chance de contas fiscais da União e dos Estados melhorarem sem reforma da Previdência? Não".

No acumulado do ano, o déficit primário total é de R$ 81,5 bilhões, o terceiro pior resultado da série histórica. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o resultado negativo foi R$ 32,8 bilhões menor, por causa principalmente do aumento da arrecadação.  Em 12 meses terminados em setembro, o resultado primário é negativo em R$ 97,2 bilhões.



FOLHA DE SÃO PAULO
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