Uma segunda onda de
demanda por previdência privada aberta começará com a volta das discussões
sobre reforma do Regime Geral de aposentadorias e pensões públicas. A primeira
(2008-2017) trouxe crescimentos anuais de dois dígitos. Na
avaliação de executivos do mercado o segmento está inclusive
mais diversificado e competitivo hoje do que naquela época.
“Somente dentro da base de 66
milhões de CPFs no Banco do Brasil, temos um potencial de mais de 5 milhões de
pessoas para proteção da renda”, afirmou o diretor financeiro da Brasilprev,
Marcelo Wagner. Ele ressaltou que as pessoas estão preocupadas com a
reforma da Previdência Social (pública) e buscando planos complementares de
renda.
Em linha semelhante de
argumentação, o vice-presidente da SulAmérica Investimentos, Marcelo Mello,
aponta que o próximo governo – cujo mandato se inicia em 2019 – terá que fazer
a reforma da previdência pública.
Na expectativa do
vice-presidente da SulAmérica, os juros básicos da economia (Selic) devem
permanecer abaixo de 10% nos próximos anos. “O dinheiro novo tem ido para
Previdência Multimercados”, diz. De fato, no ano até 9 de outubro, a
previdência multimercados teve captação líquida de R$ 11,14 bilhões, ao passo
que a previdência renda fixa registrou aportes de R$ 5 bilhões. “Os gestores
independentes estão se aproximando das seguradoras para oferecer produtos mais
sofisticados e rentáveis”, destacou Mello.
A concorrência entre
as seguradoras via parcerias com gestores independentes e as seguradoras de
grandes bancos de varejo também contribui para oferta de novos produtos e a
eliminação de taxas de carregamento nos planos. Santander, Itaú e Banco do
Brasil “zeraram” esse tipo de custo para preservar e atrair novos clientes; e
entre as novidades recentes, a Bradesco Vida e Previdência divulgou seu
Portfólio Multiestratégia. Para o diretor de investimentos do Santander Brasil,
Gilberto Abreu, o setor manterá o ritmo de dois dígitos de crescimento anual.
“Tomamos a liderança da reforma da previdência privada ao zerar as taxas de
carregamento e fomos seguidos pelos demais bancos”, ressaltou o diretor.
DCI