INVESTIMENTOS


Ricardo Abramovay,  professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da USP, escreve em artigo, que as empresas ainda estão longe de fazer o mínimo necessário para enfrentar uma crise que só vai se agravar com as mudanças no clima.

O “State of Green Business” de 2020 mostra que 40% das empresas que integram o S&P Global 1.200 (representando US$ 27,3 trilhões) possuem ativos sob alto risco diante da crise climática.

As empresas dizem tentar fazer algo a respeito.


Apesar disso, um abismo  separa o robusto leque de ações empresariais na luta contra a crise climática e a timidez dos resultados alcançados até aqui. 


Esta timidez torna-se ainda mais chocante quando comparada ao que estabeleceu não só o Acordo de Paris, mas também a Convenção da Biodiversidade.

O impacto do funcionamento das maiores empresas do mundo (as 500 americanas e as 1.200 globais) sobre os recursos ecossistêmicos dos quais dependem e por cujo uso não pagam, vem aumentando incessantemente desde 2015. 


Seus “custos de capital natural” aumentaram mais de 50% nos Estados Unidos e 40% globalmente, tendo atingido US$ 5 trilhões em 2018. Isso é mais que seus lucros líquidos. 


“Se as companhias tivessem que internalizar todos os custos de capital natural associados a seus negócios - por exemplo como resultado de aumento na regulação ou de novos impostos sobre o carbono - seus lucros estariam significativamente em risco”, afirma  relatório.

Em outro texto, o mesmo jornal reforça esse entendimento ao noticiar que com o crescente debate e as demandas dos investidores envolvendo critérios ambientais, sociais e de governança corporativa (os chamados ESG, na sigla em inglês) ) na Europa e nos Estados Unidos, os ecos dessa discussão tendem a avançar cada vez mais fortemente na América Latina, em especial no Brasil. 


Essa tendência pode trazer, em um futuro próximo, uma pressão maior sobre a avaliação e o perfil de crédito das empresas.

A explicação para isso, segundo Mervyn Tang, diretor sênior da agência de classificação de risco Fitch Ratings, é a maior atenção dos investidores globais aos mercados emergentes. 


“Pode não ser necessariamente o investidor doméstico que está se concentrando em ESG, mas o internacional está e isso importa, uma vez que o capital esta cada vez mais global”, afirmou Tang.

 



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