BNDES


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É dramática a velocidade com que a missão de financiar o fomento está sendo aparentemente transferida do BNDES para o mercado.  Os desembolsos do banco caíram 38,4% no segundo trimestre, quando não passaram de R$ 10,678 bilhões.  A comparação é com igual período do ano passado.

 

Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, houve baixa de 27,3%. 

Qualquer que seja a comparação, é o menor desembolso que o banco faz em uma trajetória de 19 anos.

 

A notícia realça a tarefa do mercado de capitais e, claro, da poupança previdenciária, se for adequadamente fomentada para exercer tal papel.

 

O mesmo jornal, mas em outro texto, coloca na prática para vários economistas a pergunta sobre o que fazer diante disso: Não faltam recursos, nacionais e estrangeiros, disponíveis para serem investidos na infraestrutura brasileira, potencial motor da retomada econômica do país. Continua a faltar, segundo especialistas, segurança jurídica e regulatória capaz de atrair capital.

 

Com a aprovação da reforma da Previdência encaminhada, o governo precisa trabalhar para esclarecer logo os seus planos para estimular o investimento privado no setor, num cenário de encolhimento do BNDES e restrição fiscal do setor público. Isso passa por medidas como melhorar o arcabouço regulatório das concessões, atrair o investidor institucional (como fundos de pensão) para o mercado de debêntures incentivadas e ampliar a participação das seguradoras no processo. Há quem destaque a necessidade de se oferecer algum mecanismo de proteção cambial aos investidores estrangeiros, que aplicam recursos em obras no país que terão retorno esperado no longo prazo.

 

Os gastos públicos com infraestrutura somaram apenas 0,68% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2018, segundo cálculos da Inter.B - em 2013, antes da crise, chegavam a 1,08%. Somado o investimento privado, os recursos aplicados no setor no ano passado representaram 1,85% do PIB. A previsão para 2019 é de algo como 1,9% do PIB. Os volumes não são suficientes nem sequer para cobrir a depreciação dos ativos.

 

Ainda faltam diretrizes que tornem as concessões mais previsíveis. "Até hoje não existe regra clara para calcular os valores de indenizações das concessões problemáticas. Com um ambiente mais estável para as empresas, os bancos também ficam mais tranquilos e emprestam mais barato", observa um dos economistas entrevistados.C



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