Integrantes da
equipe econômica de Jair Bolsonaro dizem que estão perto de um acordo
definitivo pela inclusão dos militares nas mudanças das regras de
aposentadoria. O último sinal de nomes das Forças alocados no
Planalto, asseguram, foi de concordância. Mas texto publicado em canal do
Exército pelo general Eduardo Garrido Alves, assessor especial da Defesa,
indica que falta convencer muita gente. Ele elenca peculiaridades que desencorajariam
a inserção da
categoria no ajuste.
No artigo,
publicado há dez dias, Garrido Alves repisa o argumento de que os militares
estão em um sistema “com características próprias, afastando, portanto,
quaisquer possibilidades de enquadramento como um regime previdenciário”.
“O que se observa
por parte da sociedade é o desconhecimento das peculiaridades da carreira
militar”, diz. De acordo com ele, estimativas das Forças mostrariam que a União
economiza R$ 21 bilhões por ano por não pagar aos militares horas extras e
fundo de garantia, por exemplo.
Aliados do
ministro Paulo Guedes (Economia), porém, estão confiantes de que conseguiram
avançar nas conversas com
militares. O próprio presidente teria se convencido da
necessidade de fazer uma reforma para todos.
Bolsonaro ficou de
dar aval à proposta de reforma que recebeu após sua cirurgia. A ideia hoje é enviar dois textos ao Congresso até 15 de fevereiro:
uma proposta de emenda à Constituição tratando dos regimes de Previdência e um
projeto de lei para as Forças Armadas.
O governo acredita
que tem capacidade de discutir os novos textos com os deputados e a sociedade
em até 30 dias. Estima começar a votação na Câmara em meados de março. A PEC
seria protocolada como emenda à reforma de Michel Temer para não tramitar em
comissões.
FOLHA DE SÃO PAULO