Dono do próprio negócio


Quem já não pensou um dia ser dono do próprio negócio? Dizer adeus ao patrão, fazer o que quer e gosta, quando e como bem entender! Parece uma ótima ideia, principalmente quando a demissão inesperada acontece em período de crise, com o mercado de trabalho escasso e muito seletivo.

O desafio não é pequeno. Não é nada fácil abrir mão de um emprego fixo, carteira assinada, com tantos direitos adquiridos: férias, 13º salário, plano de saúde, vale-transporte, vale-alimentação. Os mais afortunados têm ainda um plano de previdência no qual a empresa faz aportes periódicos.

Ser o dono do próprio negócio significa dizer adeus a esse ambiente seguro em que todos os riscos ficam por conta do patrão. Nele, seu único risco é o de perder o emprego.

Na posição de empresário, todos os riscos são seus. Alguns você pode gerenciar, outros advêm de fatores externos, sobre os quais você não tem nenhuma influência.

Não se iluda achando que você vai trabalhar menos, que vai esticar seu fim de semana. Prepare-se para trabalhar muitas horas por dia, muito mais do que a carga horária regulamentar.

Diga adeus às noites de folga, aos finais de semana e aos feriados. É enorme a chance de serem dedicados ao novo negócio que vai exigir muito de você na fase inicial, fase que dura alguns anos. O sucesso depende de muito esforço, dedicação, planejamento e competência.

ACREDITE E PLANEJE

Inspiração, visão e coragem são os primeiros passos. Coloque todas as ideias em perspectiva e faça um bom plano de negócio. Nele você encontra respostas para uma série de perguntas, tais como: Qual
é o meu negócio? Que produto ou serviço a empresa vai oferecer? Em que segmento de mercado vai atuar? Quem são os concorrentes e quais os diferenciais de cada um? Que diferencial tenho em relação
a quem já está no mercado? Quem é o cliente-alvo? Como pretendo roubá-lo da concorrência? Quem são os fornecedores? De quanto dinheiro você precisa para dar o ponta pé inicial? Quais são meus
pontos fortes e fracos? Como posso neutralizar minhas fragilidades? Em quanto tempo terei retorno do meu investimento?

Não é fácil fazer projeções, mas elas são necessárias. Metas ambiciosas estabelecidas para os próximos meses e anos são úteis para conduzir a empresa na direção certa. Quantos clientes você pretende alcançar no primeiro ano, no segundo, no quinto? O que vai fazer para atrair novos clientes? Que faturamento anual você pretende atingir no primeiro ano e nos anos seguintes? Que margem de lucro espera ter? O empreendimento demanda muito capital ou consegue começar com pouco dinheiro? Como pretende administrar as dificuldades que virão se as coisas não acontecerem como esperado? Se tudo der certo e sua empresa crescer, como pretende lidar com o sucesso?

FINANÇAS

Sua ideia pode ser a melhor do mundo, mas não será capaz de vencer os problemas causados pela má gestão financeira da empresa. É fundamental conhecer, analisar e interpretar os números. O contador pode cuidar da parte chata, fazer todos os lançamentos, relatórios, pagamentos, enquanto você se dedica a desenvolver o negócio. Entretanto, os números revelam se a estratégia está sendo implementada, que parâmetros precisam ser ajustados. Só você, dono do negócio, pode avaliar se está no caminho certo.

Em breve você vai perceber que a empresa tem dois corações: você e o fluxo de caixa. Entradas e saídas de caixa, quanto dinheiro envolvem e quando acontecem. A gestão adequada do caixa vai determinar se você pode vender a prazo, se é possível negociar o pagamento de fornecedores em datas que o fluxo de caixa indica que haverá recursos em caixa e, ainda, se você pode sacar parte do lucro, e não da receita, para recompensar tanto esforço.

Uma empresa nasce e tem mais chance de vingar quando existe um cliente para bancar a fase inicial. Ou quando oferece um produto ou serviço não disponível no mercado, seja em termos de inovação ou qualidade. Saiba identificar e explorar as oportunidades. Boa sorte!

Marcia Dessen - Planejadora financeira pessoal, diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros e autora de 'Finanças Pessoais: o que fazer com meu dinheiro'.

Fonte: coluna jornal FSP 

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