MULTIPLICAÇÃO E PERPETUAÇÃO NA MATERIALIDADE DE TODOS NÓS


Rio Nogueira (1922 – 2005) foi um homem notável! Como engenheiro civil, calculava, projetava e construía suas obras em uma época praticamente sem recursos técnicos e reduzidos ciclos de vida. Mas, para quem tem paixão, limites são apenas uma circunstância do processo.

Por isso, a concepção e a simulação de modelos que Rio Nogueira “matematizava”, eram muito maiores que seu próprio tempo. Seus projetos tinham como ideal cidadania, proteção social, equilíbrio financeiro em todas as etapas do ciclo de vida do trabalhador. Combinavam tempo, dinheiro e qualidade de vida. Tinham caráter simultaneamente individual, familiar e coletivo. Mobilizavam ganhos em escala para empregados e empregadores. Alavancavam a economia e geravam empregos.

Hoje, a palavra sustentabilidade expressa essa complexidade de processos. Hoje, simuladores, planilhas eletrônicas e avatares combinados começam a mostrar como os modelos atuariais de Rio Nogueira se comportam na prática. Hoje, parte dos brasileiros já pode desfrutar direta e indiretamente dos benefícios gerados pelo oitavo maior patrimônio previdenciário do mundo.

Mas há muito ainda a ser feito em educação e formação de cultura previdenciária, especialmente agora, graças aos avanços em medicina e bons hábitos, o homem conquistou uma expectativa de vida com potencial para atingir 150 anos de idade! Mais do que em qualquer outro tempo, o trabalhador precisa entender que previdência, como ensinou Rio Nogueira, é uma consciência própria do cidadão do século 21.

Empreendedores e líderes

A cultura previdenciária é um movimento em expansão. Depende de circunstâncias que nem sempre são favoráveis. Porém, nunca a história econômica do Brasil esteve tão propícia para que essa prática se torne um fator decisivo da escolha inteligente por uma vida melhor.

Previdência é isso: uma escolha consciente e includente. Não se trata de sacrificar um pelo outro, mas ter um pouco de tudo durante toda a vida. Previdência é a potencialização de ganhos sobre a mais valia. Hoje, as políticas de recursos humanos deixaram de ser locais para assumir uma face global. O trabalhador que entender esse movimento vai, naturalmente, perceber que previdência complementar é o benefício mais importante de seu pacote de benefícios, porque – cada vez mais – deverá oferecer cobertura para períodos crescentes de vida e aposentadoria.

Instituições como a International Association for Worksite Health Promotion (IAWPH), o International Institute for Health Promotion (IIHP), a Federal Occupational for Health (FOH) – além de associarem a saúde financeira como fator produtividade e, portanto, distinção funcional – estão criando indicadores globais de qualidade de vida do trabalhador que, entre os parâmetros avaliados, incluem hábitos financeiros e previdenciários saudáveis[1].

Empresas com políticas de recursos humanos avançadas também deverão atribuir à previdência o seu merecido status. Afinal, além de incentivos fiscais, a remuneração do capital institucional investido num plano de previdência complementar favorece o empregador. E os fundos de pensão criados com esses recursos terminam sendo os grandes investidores que bancam crescimento e desenvolvimento econômico.

A Organization for Economic Co-operation and Development (OCDE) também está empenhada na difusão da educação financeira e previdenciária, porque entende que países com maiores índices de poupança interna e hábitos conscientes de consumo oferecem menos riscos e, para os investidores internacionais, são mais atraentes para a realização de negócios. Dessa forma, populações com as melhores políticas e práticas financeiras e previdenciárias serão fatores decisivos na concorrência global. Por isso, tornaram-se prioridade entre líderes políticos e instituições privadas em países de todo o mundo[2].

Onde está Wally?

Num contexto geopolítico e socioeconômico tão complexo visualizar um só homem lembra um jogo popular desafia os jogadores a identificar um único personagem, Wally, no meio da multidão. Nem sempre é evidente. Assim como não é fácil, diante de uma árvore carregada de frutos, lembrar que ela começou como uma semente.

O posto de oitavo maior sistema de Previdência Complementar do Mundo – que o Brasil possui hoje – é reflexo de sonhos e muito trabalho visionário de homens que, como Rio Nogueira, enxergavam nas pessoas – com suas vulnerabilidades e potencialidades – o verdadeiro patrimônio que deve ser protegido sempre e valorizado em qualquer circunstância.

Lembrar um homem que, em sonhos e modelos atuariais de planos previdenciários, homenageava a vida e a sociedade é um privilégio. A inspiração e o exemplo de Rio Nogueira são simbolicamente representados por um prêmio oficial que desafia corações e mentes a superarem as circunstâncias numa paixão sem limites[3].

[1] Dados expostos durante o XI Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, por Garry Lindsay – Um case de sucesso na área pública: Governo Federal dos Estados Unidos – e Wolf Kirsten – Promoção da saúde ao redor do mundo: o que podemos fazer para ter ambientes de trabalho mais saudáveis. São Paulo, Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). 2011.

2 LUSARDI, A. A framework for the evaluation of financial education programs. Roma, International Network on Financial Education. 2010.

3 Prêmio de Monografias Rio Nogueira, instituído pela Superintendência de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), é conferido anualmente durante o Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar.

Eliane Miraglia – mestre em Ciências da Comunicação, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais e consultora de comunicação; consultora da Suporte, com Marisa Santoro Bravi, escreveu A importância dos valores para a construção de novos paradigmas sociais, disponível para leitura site Abrapp: http://biblioteca.abrapp.org.br/default.html

 

Ivan Sant’Ana Ernandes – atuário, consultor, professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC/MG), tutor do Programa de Educação da ABRAPP, profissional certificado pelo ICSS, co-autor do livro Atuária para Não Atuários, instrutor nos cursos da Suporte.

Nivaldo Cândido de Oliveira Júnior – engenheiro, consultor, professor da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS/SP), diretor da Suporte Consultoria e Treinamento



[1] Dados expostos durante o XI Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, por Garry Lindsay – Um case de sucesso na área pública: Governo Federal dos Estados Unidos – e Wolf Kirsten – Promoção da saúde ao redor do mundo: o que podemos fazer para ter ambientes de trabalho mais saudáveis. São Paulo, Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV). 2011.

[2] LUSARDI, A. A framework for the evaluation of financial education programs. Roma, International Network on Financial Education. 2010.

[3] Prêmio de Monografias Rio Nogueira, instituído pela Superintendência de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), é conferido anualmente durante o Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, promovido pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar.

 

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