Três dicas para se comunicar melhor com uma pessoa com Alzheimer
- Estudo traz recomendações
sobre o que fazer para apoiar a individualidade do paciente
- Ajudar a pessoa a se
lembrar de acontecimentos passados é importante, mas respeitando seus
limites
Um
dos desafios enfrentados por quem tem alguém com Alzheimer na família é como se comunicar com essa pessoa.
A doença tem diferentes fases, desde
os esquecimentos e a desorientação do início
até o estágio mais avançado, com a incapacidade de reconhecer parentes próximos
e dependência para realizar atividades do dia a dia.
A
longo do progresso da doença, os pacientes podem apresentar episódios de
agressividade ou de distanciamento —isso depende, é claro, da individualidade
de cada um, do acompanhamento médico e das medicações utilizadas.
Por isso é
importante consultar médicos da família, geriatras, neurologistas ou
gerontólogos.
Neste
mês do Alzheimer —21 de setembro é o dia mundial de conscientização da doença—,
um novo estudo desenvolvido pela professora do departamento de comunicação da
Universidade de Connecticut Amanda Cooper, publicado no Journal of Family
Communication, oferece recomendações efetivas sobre o que fazer e o
que não fazer para se comunicar e apoiar a individualidade de um familiar que
vive com demência.
"Essas
recomendações podem ajudar as famílias a manter conexões significativas com um
pai, uma mãe ou avós que vivem com demência", diz a pesquisadora.
1 - Ajude a pessoa a se lembrar de quem ela é e do
que fez
Primeiro,
recomenda Cooper, ajude a pessoa a se lembrar de quem ela é e quem ela foi
anteriormente em sua vida, recordando com ela, contando histórias do seu
passado e apontando suas características positivas.
Preste atenção em
como a pessoa responde a esse diálogo e ajuste sua abordagem conforme
necessário, aconselha. "Isso pode significar reformular uma pergunta, dar
dicas para ajudá-los a se lembrar, fazer perguntas complementares ou dar uma
pausa na conversa, se necessário."
2 - Cultive a conexão e o afeto
Segundo, cultive a conexão e o afeto dizendo
"eu te amo", dando um abraço ou um beijo, fazendo a pessoa rir,
expressando gratidão pelo papel dela em sua vida ou relembrando momentos que
vocês compartilharam no passado, acrescenta.
Estar próximo, sentar ao lado da pessoa e tocar na
mão são atitudes simples que não precisam ser verbalizadas e que não exigem que
o familiar dê uma resposta, apenas receba o carinho.
3 - Estimule a independência
Terceiro, não faça por eles algo que eles possam
fazer por si mesmos.
Evite responder por eles quando há uma terceira pessoa na
conversa e ajude-os a encontrar as palavras certas apenas se pedirem, diz
Cooper. Ao mesmo tempo, não peça que façam algo que não são mais capazes de
fazer.
Se não conseguem lembrar momentos do passado, não teste a memória deles
pedindo continuamente que se lembrem.
"Apoiar a individualidade requer ajustar sua
comunicação às capacidades atuais da pessoa", afirma.
A pesquisa de Cooper se concentra nas formas como indivíduos
e famílias enfrentam transições difíceis, particularmente no fim da vida.
Neste
estudo, ela e sua equipe usaram dados do StoryCorps, uma organização sem fins
lucrativos que compartilha histórias e conversas de pessoas comuns para
analisar a comunicação entre paciente com demência e seus familiares.
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