Vivemos uma revolução do trabalho e da aposentadoria. Você está preparado?


Com certeza você já ouviu diversas vezes que o mundo está mudando muito e rápido. Mas você já parou para observar o quanto isto tem alterado as relações sociais tradicionais? Em como as empresas estão mudando, com marcas centenárias lutando para sobreviver enquanto gigantes surgem da noite para o dia?

E sobre sua própria carreira? Já pensou o quanto você será impactado por todas essas mudanças?

Uma coisa é certa: não há como escapar imune. Já sabemos que a próxima onda está diretamente ligada à automação, à inteligência artificial e, inevitavelmente, à substituição de tarefas e de profissões inteirinhas por robôs. Acha ousado? Pois pense no seu dia-a-dia e veja o quanto já mudou ou ainda pode mudar com a tecnologia que já existe hoje. Realizar um exame clínico, adquirir um seguro ou fazer faxina – tudo isto já pode ser feito sem intervenção humana. Pagar conta, pedir comida e ler notícias já não é algo que fazemos na agência do banco, no disk-delivery ou no jornal, mas sim nos smartphones. E construir casas? Esqueça o empreiteiro e compre uma impressora 3D!

E como isto lhe afeta? Neste mês de janeiro, a Mercer lança mundialmente o estudo “Saudável, próspero e produtivo – Os novos imperativospara a segurança financeira”, traçando alguns prognósticos sobre o ambiente de trabalho e sobre a perspectiva de segurança financeira para empregadores, empregados e consumidores. Para mim, enquanto consultor de previdência, o maior destaque está no descompasso alarmante entre os planos individuais (desejo de se aposentar e realizar projetos pessoais, por exemplo) e a ausência de ações práticas que permitam aos indivíduos alcançar o que eles almejam. Evidência disto está na constatação que 2 em cada 3 adultos esperam viver mais de 80 anos, mas apenas 1 em cada 3 está confiante de que terá dinheiro suficiente para fazê-lo.

Se você está na casa dos vinte ou, assim como eu, trinta e poucos anos, e ainda tem décadas de trabalho pela frente, não tenha dúvidas: você precisa organizar sua vida financeira desde agora. Enfrentaremos adiante uma revolução no mercado de trabalho e nas relações de emprego, um contínuo aumento da longevidade e dos custos de vida e um menor apoio dos Estados, que não possuem dinheiro para bancar aposentadorias como o fizeram por décadas. As mudanças que virão não são necessariamente ruins, basta você estar preparado. E não falo do preparo educacional ou técnico necessário para sua carreira, pois esta consciência tenho certeza que você já possui. As perguntas que faço são: você tem tranquilidade financeira para enfrentar o que está por vir? Resistiria a um período sem remuneração? Conviveria bem em uma função onde metade do que você ganha fosse variável? Pretende trabalhar por mais quantos anos e está se preparando para o dia em que desejar ou precisar parar?

Quanto antes você assumir o controle de sua vida financeira e quanto mais bem preparado você estiver, melhor. Aqui vão algumas ideias.

Trace objetivos de curto e de longo prazo. Aquela viagem, um apartamento próprio e a “aposentadoria” (ou como viermos a chamar um momento futuro em que você não mais trabalhará, ou terá sua renda diminuída) são alvos que você precisa quantificar e colocar em seu radar desde já. Quando pensar no futuro, leve em consideração, por exemplo, que aos trinta anos você deve viver mais outros 50, se for homem, ou 55 anos, se for mulher, segundo a experiência do mercado segurador brasileiro – e que provavelmente você não vai querer e nem poder trabalhar no mesmo ritmo de hoje aos 80 ou 85 anos. Como uma regra generalista, estima-se em cerca de 220 vezes o quanto você deve multiplicar a sua expectativa de renda futura para saber o montante a acumular.

Monitore sua evolução ao menos uma vez por mês. A regra básica é poupar, religiosamente, pelo menos 10% do que você ganha, mas quanto mais você conseguir guardar e por mais tempo, melhor. Para vermos este efeito na prática, fiz uma simulação considerando uma pessoa que ganhe R$4 mil por mês e que aplique 5%, 10% ou 20% de sua renda em um investimento com rendimento bruto de 8% ao ano, por diferentes prazos de aplicação:

 

Percentual poupado    à

5%

10%

20%

10 anos

R$34 mil

R$69 mil

R$139 mil

20 anos

R$109 mil

R$219 mil

R$439 mil

30 anos

R$271 mil

R$543 mil

R$1.1 milhão

 

 

 

 

 

 

Esteja preparado para surpresas. Hoje, a constante é a mudança, portanto comprometer seu orçamento com dívidas não é uma boa decisão, pois você pode ser pego despreparado. Os juros mensais que você pode pagar ao contrair uma dívida em cheque especial podem significar 300% ou 400% ao ano. E ao decidir ser mais arrojado para dar um passo que considere importante, como abrir um negócio próprio, tenha dimensão dos riscos que corre e, idealmente, das alternativas que possui para caso as coisas não saiam bem.

Se informe. Na era digital, ter acesso à informação de qualidade é muito fácil – nós mesmos disponibilizamos um portal com simuladores e informações úteis para planejamento financeiro. Busque aprender sobre as melhores formas de investir e de gerir o seu dinheiro, inclusive consultando opinião especializada quando necessário. Ao final de um investimento de longo prazo, como em um plano de aposentadoria, dois terços do que você terá acumulado será resultado da rentabilidade, e não de quanto dinheiro você investiu. Portanto, não acredite em tudo que o gerente do banco lhe disser – muitas vezes a sugestão pode ser boa, mas é você quem deve decidir. Fique atento, também, para as taxas de administração cobradas por cada investimento!

Espero que estas reflexões sejam úteis em sua caminhada. Não deixe seu futuro cair em mãos erradas e assuma o controle da sua trajetória financeira!

Guilherme Gazzoni - Líder de Previdência - Mercer Rio de Janeiro

 

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