Tábua Atuarial X Rentabilidade


DÚVIDA:

Pretendo usar minha previdência daqui a oito anos para provavelmente complemento de renda. O plano contratado é bem antigo e hoje existem opções de fundos de investimentos previdenciários mais rentáveis. Soube da questão da tábua atuarial do plano, mas não entendi a finalidade. Não sei se devo trocar o fundo para ter maior rentabilidade ou permanecer na tábua que contratei antigamente. Como posso fazer essa análise e tomar uma decisão?

RESPOSTA:*

O estudo atuarial mede a expectativa de vida da população. É calculado de tempos em tempos e utilizado para diversos fins. Quanto mais antigo o estudo atuarial, menor a expectativa de vida. Entende-­se que esse fato se dá pela modernização da medicina, tratamentos médicos, estilo de vida, maior preocupação das pessoas com a saúde etc. Para os planos de previdência, levamos em consideração o estudo atuarial quando tratamos de pagamento de benefício por tempo indeterminado, quer dizer, na conversão do plano em benefício de renda vitalícia.

Para cumprir os pagamentos, a seguradora precisa ter uma estimativa de quantos anos o beneficiário vai viver e simular a reserva necessária. O estudo atuarial nos planos de previdência é definido como tábua atuarial. As tábuas mais antigas também contam com o chamado juro atuarial. É um percentual informado na contratação do plano que multiplica o montante acumulado no momento da conversão em benefício, fazendo com que a renda aumente ainda mais. As tábuas de hoje não têm esse juros.

Além da tábua atuarial e dos juros, os planos de previdência têm fundos de investimentos com políticas e objetivos diferentes que fazem a reserva ter uma rentabilidade. Cada cliente pode escolher o fundo de acordo com o seu perfil de investidor, prazo de contribuição, gestão do fundo e taxas de administração. Nos planos mais antigos, as opções de fundos são menores, porém as tábuas atuariais são melhores. Quanto mais antiga a tábua, maior será o valor mensal em função da expectativa de vida na época da contratação ser menor que nos dias atuais. O investidor recebe uma parcela mensal maior porque teoricamente viveria menos tempo.

Quando o investidor opta por um fundo diferenciado, que não esteja disponível na tábua atuarial do plano vigente, pode­-se abrir um novo plano e fazer a mudança do fundo. Nesse caso, a tábua atuarial antiga é imediatamente perdida. É nesse momento que se deve entender o objetivo do investidor.

Caso o acúmulo da reserva tenha como finalidade exclusivamente a rentabilidade, vale mais a pena procurar um fundo com esse objetivo, independentemente da tábua. Caso o objetivo seja a sucessão de patrimônio, também vale a alteração para fundos mais rentáveis. Mas se o investidor tiver como objetivo a renda complementar na aposentadoria, a situação deve ser muito bem analisada. É necessário verificar em qual tábua o plano foi aberto, os juros atuariais e simular o valor do benefício no final do plano dentro dessas condições. A mesma simulação deve ser feita nas condições da contratação nova.

Desta forma, o investidor pode fazer uma comparação dos valores mensais recebidos. Os planos de previdência podem ter carência e cobrar taxas de entrada e saída. Normalmente quanto maior o tempo de permanência no plano, menor ou isenta será a taxa para sair dele. O mesmo é avaliado com relação ao montante investido. Quanto maior o valor, menor a taxa de entrada.

Procure sempre um profissional da área atuarial para fazer o estudo de caso e auxiliar na tomada de decisão.

Lívia Sambrana - planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF).

Fonte: site Assistants

*As respostas refletem a opinião do autor e não da empresa.

 

 

Tel: 11 5044-4774/11 5531-2118 | suporte@suporteconsult.com.br