BM&FBovespa aposta em educação financeira


Se você acha que eu parei de escrever por causa do ritmo intenso do 35º Congresso da Abrapp, saiba que aqui, off-line, tudo está um batuque só. Estou produzindo conteúdo sem parar. E, em breve, ele estará por aí, on-line, e, se Deus quiser, cumprindo a função para a qual ele foi criado.


Bom. Tudo isso pelo menos serviu para eu reinterpretar as potencialidades de um evento. Difícil mesmo é fazer a leitura seletiva de tanta produção. Porque, alguns posts apontam para um tema e atiram em outro. Muito louco!

Educação Financeira no meio do jogo


No meio dessa Babel, garimpei uma pequena menção sobre o projeto da BM&FBovespa para incentivar as pessoas físicas a investirem na Bolsa de Valores. No Brasil, atualmente, só 0,03% do giro financeiro da Bolsa é feito por pessoas físicas, menos que o Chile e o Peru, onde a parcela atinge 10% do movimento.

Para mim, o indicador de 0,03% aponta para uma questão muito evidente: a deficiência no aprendizado de Matemática Elementar. Daí que somos vítimas das ações desiguais e até predatórias das instituições financeiras que, claramente, dominam esse jogo.

Nunca gostei do papel de vítima nem da ideia de assistencialismo. Acho que a popularidade da Caderneta de Poupança não é aleatória.

As PESSOAS se refugiaram nela para proteger suas economias. A Caderneta de Poupança tem o mérito de ter simplificado com alguma segurança e comodidade a ideia de investimento e a vantagem tributária. Claro que cobrou o preço por isso. Baixa rentabilidade que mal remunerava a inflação, o poder de compra do investidor.


Em contrapartida, o mercado financeiro - alheio ao cidadão comum - até agora preferiu privilegiar os tubarões: investidores institucionais, que dispunham de advogados preparados e sistemas sofisticados de proteção ao risco. 

Tudo tem um preço! E o da ignorância é bem caro. Para conquistar o investidor individual a Bolsa de Valores, além de oferecer vantagens e simplificar as operações, vai ter que dividir o bolo: mostrar para o público de interesse como ganhar com o processo, de preferência sem mediação de corretores e operadores. A Bolsa de Valores terá que compartilhar autonomia. 

E o resultado só será percebido no longo prazo. Porque vai depender de uma série de convergências pedagógicas, financeiras, políticas e, principalmente, da experiência positiva de uso pela pessoa física. Em uma só palavra, a Bolsa de Valores terá que conquistar a confiança do investidor. 

O lado bom da história: a BM&FBovespa já faz um trabalho muito bacana com Educação Financeira, inclusive para crianças. Portanto, agora é hora de aumentar a torcida para que esse projeto de fomento tenha êxito e sucesso. Quem sabe, essa não é mais uma alavanca no processo de desenvolvimento e evolução de políticas públicas de incentivo à Educação Financeira e Previdenciária das quais o Brasil tanto precisa?

Eliane Miraglia - mestre em Ciências da Comunicação, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais e consultora de comunicação, tem participado em projetos com a Suporte Educacional.

Fonte: blog da Eliane:  www.elianemiragliablogspot.com.br

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