Veja histórias inspiradoras na retrospectiva do bem de 2016


Tente se lembrar, por alguns instantes, dos fatos e das imagens de 2016 que foram apresentados nas retrospectivas. No mundo, povos devastados por conflitos intermináveis fogem em busca de refúgio e acolhimento em países vizinhos que relutam em recebê-los. Ataques terroristas matam inocentes em nome de uma causa incompreensível.

No Brasil, a corrupção toma conta das manchetes. Milhões, bilhões de dólares desviados de muitos para o bolso de uns poucos. Empresários, executivos e políticos na cadeia. Presidente perde o mandato. Intolerância religiosa, de gênero, de raça. O Aedes aegypti transmite, além da dengue, zika e chikungunya. Vandalismo nos movimentos de rua. O acidente aéreo da Chapecoense.

Muita coisa feia e triste.

Gente, será que não aconteceu nada de bom no Brasil e no mundo?! Dois fatos positivos chamaram a minha atenção. Os incríveis esportistas dos Jogos Paraolímpicos, exemplo de superação e força, comprovam que podemos muito além do que imaginamos. O apoio, o carinho e as homenagens que recebemos dos colombianos, um exemplo a ser seguido.

Não faltam histórias maravilhosas para contar, mas, por alguma razão misteriosa, elas parecem não conquistar espaço na mídia por falta de interesse do público. Será? Os projetos sociais que concorrem ao Prêmio Empreendedor Social, promovido anualmente pela Folha, são exemplos que merecem ser conhecidos para inspirar outros tantos. Veja um resumo dos finalistas de 2016:

Carlos Pereira, 38, analista de sistemas pernambucano, criou o Livox. Negócio de impacto social de soluções, serviços e treinamentos, que viabiliza inclusão social e acessibilidade de pessoas com deficiência no convívio familiar e social. O app surgiu da necessidade de se comunicar com a filha com paralisia cerebral.

Tatsuo Suzuki, engenheiro, 67, filho de imigrantes japoneses e ex-lavrador, fundou a Magnamed para desenvolver produtos hospitalares de alta tecnologia e baixo custo. Criou um ventilador pulmonar portátil que equipa ambulâncias e hospitais, ajudando a salvar vidas

Brasil afora. Mais leve, simples de operar e eficiente, o equipamento já foi vendido para 40 países, espalhando seu impacto social pelo mundo.

Michael Kapps, 27, economista russo formado na Universidade Harvard, escolheu o Brasil para fundar uma start-up de impacto social. O Tá Na Hora é uma plataforma de acompanhamento e monitoramento de pacientes via SMS.

Auxilia no controle de epidemias no Nordeste e no estudo clínico da vacina contra a dengue. As gestantes do SUS são acompanhadas no período pré-natal e nos primeiros meses após o nascimento da criança.

Cláudio Spínola, 40, ambientalista, transformou seu estilo de vida saudável em um negócio social para popularizar a compostagem em São Paulo. As composteiras domésticas da Morada da Floresta oferecem solução verde para a destinação do lixo, além de incentivar a agricultura urbana. O projeto-piloto com a Prefeitura de São Paulo tratou 3.500 toneladas de dejetos orgânicos, envolvendo residências, condomínios, empresas e escolas.

Nina Valentini, administradora, 29, ajuda, de centavo em centavo, o custeio de organizações não governamentais por meio de um sistema de coletar doações. O Instituto Arredondar faz a ponte entre doadores, varejistas e instituições beneficiadas, oferecendo ao consumidor a possibilidade de, ao final de uma transação na boca do caixa, arredondar a compra em benefício de instituições.

Jonas Lessa, 25, biólogo, e Lucas Corvacho, 28, gestor ambiental, amigos que se uniram para criar um negócio inovador de reciclagem de uniformes profissionais. A Retalhar surge como solução para o problema da logística reversa da cadeia têxtil, evitando que 12 toneladas de tecido sejam enviadas para o lixão ou incineradas. Impactam a vida de costureiras que ganham transformando retalhos em produtos, como os cobertores
distribuídos a moradores de rua.

São ou não são histórias inspiradoras? Certamente existem outras tantas, privadas de divulgação, que merecem participar da retrospectiva do bem. E você, realizou em 2016 alguma coisa da qual possa se orgulhar? Coloque na sua lista de promessas para o ano que se inicia uma ação em benefício próprio e outra que beneficie aos outros. Feliz 2017!

Marcia Dessen - Planejadora financeira pessoal, diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros e autora de 'Finanças Pessoais: o que fazer com meu dinheiro'.

Fonte: coluna semanal jornal FSP

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