Onde cortar em caso de desemprego (Parte 1)


Antes de começar o artigo, um aviso: Vamos deixar o cinismo e a ironia de lado, pois isso não faz bem – envenena a alma e nos faz liberar hormônios que aumentam nosso stress e nos fazem mal.

Então, nada de responder coisas como “cortar os pulsos” ou cortar outras regiões do corpo igualmente preciosas!

Mas vamos lá! O desemprego está chegando. Não vou dizer que “está chegando para ficar” pois, na verdade, ele nunca foi embora. Esses últimos anos de “pleno emprego” no Brasil foram uma fase passageira, um “sonho de uma noite de verão”. O Brasil real, verdadeiro, nunca foi um país fácil de fazer negócios e conseguir trabalho (especialmente um emprego formal e com bom salário). Nós estamos, simplesmente, voltando a ser aquilo que a gente sempre foi… E quem se lembra de como era o mercado de trabalho nos anos 80 e 90 sabe muito bem do que eu estou falando.

A inspiração para este artigo veio do Lifehacker, que é um dos meus sites favoritos, cheio de dicas interessantes (veja o original, em Inglês, clicando aqui).

Vamos começar falando de uma das regras básicas do bom senso financeiro, que vemos em dez entre dez livros de finanças pessoais: Devemos ter reservas financeiras que nos permitam viver, pelo menos, um ano, em caso de uma cessação de renda repentina, como é o caso do desemprego.

Apesar de ser uma recomendação muito antiga e popular, quantas pessoas você conhece que, efetivamente, têm condição de manter o mesmo padrão de vida por um ano em caso de desemprego? Provavelmente, muito poucas, ou mesmo nenhuma. Infelizmente, o Brasil é uma “pátria de cigarras” e a preparação para momentos difíceis é uma prática que não costuma ser levada muito a sério por aqui.

Mas vamos em frente. No artigo no qual me baseei, a autora (americana) sugere três categorias para corte em caso de desemprego: alimentação, utilidades e transporte. Vamos ver a argumentação para cada uma das categorias:

 

Alimentação

Existem limites para se cortar em alimentação (afinal, nós AINDA precisamos comer para sobreviver…), mas, ao mesmo tempo, existem muitas oportunidades para reduzir e otimizar gastos. Alimentação fora de casa é algo notoriamente caro (que pode ser cortado em situações emergenciais) e, mesmo na alimentação doméstica, é possível fazer várias substituições de forma a baixar a conta.

 

Utilidades

Em outras circunstâncias, diria que é um problema muito maior para os americanos (que sofrem com um clima mais rigoroso) do que para nós. Mas, com os grandes aumentos de eletricidade que temos visto ultimamente, os gastos com utilidades ganharam uma grande relevância e passam, também, a ser sérios candidatos a reduções.

 

Transporte

Outra categoria de gastos onde há muitas oportunidades de otimizar despesas. Na verdade, quem está desempregado deve procurar limitar ao máximo seus deslocamentos, pois sair de casa custa caro (especialmente quando se mora em uma grande cidade).

A autora do artigo original sugere coisas como caronas, transporte público e o uso de bicicletas. Concordo com tudo o que ela diz, mas, quando eu ponho a cabeça para fora da janela aqui onde estou, dou de cara com uma das infames “ciclofaixas” da maior cidade brasileira, já precocemente esburacadas e malcuidadas. Sinto que meu nível de cortisol está começando a ficar um pouco alto (acho que preciso ler de novo o que eu mesmo escrevi no primeiro parágrafo, sobre cinismo). Melhor parar por aqui…

 

No próximo artigo (que será uma continuação deste), continuarei explorando o tema e darei algumas outras ideias. Aguarde a segunda parte!

 

André Massaro - escritor, palestrante, educador financeiro e consultor especializado em finanças, investimentos e economia; é autor dos livros "MoneyFit", "Por dentro da bolsa de valores" e "Dinheiro é um santo remédio".

Fonte: www.andremassaro.com.br
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