Empresas recorrem a inteligência artificial para melhorar negócios


Inteligência artificial é usada para melhorar negócios

O uso de inteligência artificial já é realidade no Brasil. Empresas como Fleury, Bradesco e BRF já usam a tecnologia para melhorar a produtividade de seus negócios. Agora, companhias de soluções tecnológicas miram em outro objetivo: ganhar escala ofertando o serviço para pequenos e médios negócios.

A Totvs e a Salesforce lançaram, no primeiro semestre deste ano, programas de inteligência que oferecem análises de dados para todos os clientes que já usavam algum tipo de plataforma da empresa, chamados Einstein e Carol. O Watson, tecnologia da IBM que se assemelha à Siri, da Apple, já era oferecido em sua versão básica desde 2015.

Com os serviços, o dono de um pequeno restaurante pode, por exemplo, usar a ferramenta para descobrir se algum dos seus pratos precisa ser descontinuado ou se deveria aumentar o preço das bebidas. Com o mesmo software, uma universidade é capaz de identificar quais alunos têm maior probabilidade de evasão.

"A Inteligência Artificial te fala como está sua performance em relação aos seus concorrentes e o que você deve fazer para melhorar: produtos que deve vender, promoções" explica Vicente Goetten, diretor do laboratório de inovação da Totvs no Vale do Silício.

Segundo Goetten, os pequenos negócios sempre tiveram uma demanda muito grande por dados para elaborar uma gestão estratégica, mas, antes da inteligência artificial, esse tipo de ferramenta era inacessível. "É muito caro você montar um time de ciência de dados", diz.

Para baratear a inovação, as empresas tem apostado em modelos de negócio flexíveis. Uma medida importante foi o desenvolvimento de sistemas comerciais que fazem a cobrança por uso. Nas três empresas consultadas, a inteligência em seu modelo mais básico é oferecida sem custo adicional para o cliente.

Um empresário que possui uma plataforma CRM da Salesforce, usada para relacionamento com consumidores, pode acessar o assistente sem custo para obter análise de dados gratuita, com um limite de quantidade de dados.

Caso veja retorno, ele tem a opção de contratar planos cobrados por volumes, a preços de vão de US$ 40 a US$ 4.000 por mês.

O modelo também é usado pela Totvs e pela IBM, que não divulgaram valores dos planos.

"A plataforma consegue te acompanhar. Conforme você vai crescendo, tem mais dados, e o valor vai mudando", explica Goetten.

Outro ponto em comum é que os serviços são oferecidos por computação em nuvem ""acessados remotamente a partir de um computador.

Um dos motivos pelo qual o acesso remoto é importante é que com a nuvem, as pequenas empresas não precisam acionar um time tecnologia ou possuir um servidor próprio para ter acesso à inteligência.

ADESÃO

Para Fabricio Barth, líder técnico do Watson (IBM) no Brasil, o país ainda possui um atraso de cerca de dois anos em relação aos Estados Unidos para a adoção de tecnologia que auxiliem a gestão.

Entre os empresários americanos, 37% já usam Inteligência Artificial, indica pesquisa feita pela Salesforce. Destes, 73% notaram aumento na velocidade de vendas.

"Ainda temos uma questão de atitude do gestor brasileiro: ele espera que a tecnologia seja usada lá fora, e só depois que vê funcionar que ele começa a pensar em adotar também", afirma Barth.

Fonte: jornalista Luisa Leite | jornal FSP

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