As cabeçadas no futebol
Consequências
da concussão podem ser graves e interferir na atividade normal do cérebro.
Dois jogadores de futebol tentam dar uma cabeçada
na bola. Um para mandá-la a gol; outro, para impedir.
Não é frequente, mas vem
acontecendo o choque do crânio dos atletas nos jogos de futebol.
As consequências desses acidentes podem ser graves
e deram origem a um novo capítulo na medicina: a encefalopatia traumática crônica.
Esta situação está relacionada a choques repetidos
do crânio do atleta nas partidas de futebol. É conhecido pelo nome de concussão.
E a cada concussão, por mais leve que seja, deixa a
marca que irá interferir na atividade normal do cérebro.
Ao longo dos anos, poderá interferir no
comportamento do atleta e até desenvolver dificuldade de memória.
O médico Ricardo Nitrini refere em 2017 na revista
Dementia & Neuropsychologia um dos primeiros estudos relacionando o futebol
à encefalopatia traumática crônica.
O estudo foi realizado com o grupo do
ambulatório de neurologia do HC da Faculdade de Medicina da USP.
Para Nitrini, muitas dessas concussões podem ser
evitadas, principalmente quando o atleta está ciente de que não irá alcançar a
bola com a sua cabeça antes do outro jogador.
Nitrini também destaca que, em qualquer
evento, após a concussão o jogador deve ser removido da
competição.
E conclui haver evidências para a recomendação de
punição severa (cartão vermelho por vários jogos) aos atletas que provocarem
traumas cerebrais evitáveis em adversários.
JÚLIO
ABRAMCZYK -médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis
de Divulgação Científica (CNPq).