FUNDOS DE PENSÃO REDUZEM PARTICIPAÇÕES EM TÍTULOS DO GOVERNO


Os fundos de pensão sul-africanos reduziram suas participações em títulos do governo para o nível mais baixo em quase 4 anos e meio devido à turbulência política no país. Contudo, na busca por retornos, os investidores estrangeiros mostram-se menos hesitantes.

Historicamente, os fundos de pensão domésticos são os maiores investidores em títulos do governo sul-africano, mas dados recentes do Tesouro Nacional revelam que a participação desses investidores institucionais caiu para 27,2% no final de abril - o menor patamar desde dezembro de 2012.

Por outro lado, dados da Bolsa de Valores de Johanesburgo indicam que os investidores estrangeiros estão comprando esses títulos, atingindo, assim, um patamar de detenção de 39,4% - o maior já registrado. O restante dos títulos encontram-se nas mãos de bancos e outras instituições financeiras.

Os fundos locais vêm diminuindo gradualmente a sua participação na dívida pública desde janeiro de 2016, após o presidente Jacob Zuma ter trocado o ministro da Fazenda duas vezes em uma única semana, no final de 2015. O movimento levou a uma forte venda de moeda local e títulos.

Os riscos políticos aumentaram ainda mais em março deste ano, quando Zuma demitiu o respeitado ministro da Fazenda, Pravin Gordhan, o que levou a Fitch e a S&P a reduzirem as classificações de crédito para “junk”. A Moody's, cuja classificação Baa2 é de dois pontos acima de “junk”, colocou a África do Sul em revisão para um downgrade.

“Os investidores locais estão certamente mais preocupados com os títulos e a moeda devido à mais recente remodelagem do gabinete. Eles estão mais cautelosos a respeito da detenção de grandes volumes de títulos”, disse Wayne McCurrie, gerente de portfólio da Ashburton Investments.

Os investidores temem que as medidas para estimular a economia e manter os níveis de dívida sob controle estejam dando lugar a escândalos de corrupção e a disputas por cargos, já que o partido da situação, o ANC, já se prepara para as eleições de dezembro.

Na verdade, documentos vazados pela mídia revelam negociações impróprias envolvendo contratos firmados pelo governo, algo que exerce pressão ainda maior sobre o presidente Zuma. 



Reuters
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