FUNDOS HOLANDESES PFZW E PME MANTÊM INVESTIMENTOS EM COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS


O PFZW, fundo de pensão do setor de saúde (€162 bilhões), afirmou que continuará a investir em combustíveis fósseis no futuro próximo, uma vez que “eles são indispensáveis para o desenvolvimento econômico e dos transportes”.

Entretanto, o fundo holandês reconheceu ser necessário fazer a transição para fontes de energias sustentáveis. A entidade salienta que já começou a atuar junto às companhias que exploram combustíveis fósseis ou que os utilizam para a geração de energia.

A reação do PFZW é consequência de uma recente campanha midiática contra o envolvimento dos fundos de pensão holandeses com combustíveis fósseis e seus efeitos sobre as mudanças climáticas, bem como sobre a chamada “bolha de carbono”, que envolve o risco da supervalorização das reservas em função de novas medidas climáticas.

Atualmente, o PFZW possui aproximadamente 7,5% dos ativos investidos em carvão, petróleo e gás. O fundo de pensão diz que tem se engajado principalmente no que diz respeito à exploração de carvão, procurando identificar os riscos de longo prazo das companhias envolvidas, além de encorajar a utilização de tecnologias mais limpas como carbon capture and storage (CCS).

Além disso, o fundo disse estar trabalhando com políticos e reguladores para que desenvolvam “políticas uniformes e sólidas de longo-prazo” a fim de tornar os investimentos em soluções que consideram as mudanças climáticas mais atrativas para os investidores institucionais.

Até o final de 2013, o PFZW havia investido 3% dos ativos em “produtos voltados a questões sociais”, como mudanças climáticas e armazenamento de alimentos e água. O fundo afirmou que pretende quadruplicar essa alocação em cinco anos, reduzindo pela metade a sua pegada de carbono.

Na semana passada, a gestora de ativos APG (€396 bilhões) anunciou que tem a pretensão de manter seus investimentos em combustíveis fósseis “pelo menos por enquanto”. A resposta veio em reação a uma petição contrária aos investimentos em carvão, areias asfálticas e gás de xisto apresentada pelos conselheiros do plano dos servidores públicos ABP, seu maior cliente, além de professores e do grupo de defesa ambiental Milieudefensie.

O Relações Públicas da APG, Harmen Geers, declarou que desinvestir em carvão dentro de dois anos seria “precipitado”, que o fundo apoia as políticas climáticas sustentáveis, mas que pretende atingir esse objetivo “gradualmente”. No momento, o fundo de pensão dos funcionários públicos possui participações de aproximadamente €30 bilhões em projetos de infraestrutura energética.

David van As, diretor do BpfBouw, fundo de pensão do setor de construção civil da Holanda (€48 bilhões), disse à IPE que os combustíveis fósseis ainda não haviam sido discutidos pelo conselho da entidade.

Enquanto isso, o PME, fundo de pensão da indústria de engenharia eletroeletrônica (€ 40 bilhões), afirmou que manterá os investimentos em combustíveis fósseis ao mesmo tempo em que conduz um processo de engajamento junto a companhias energéticas visando à transição gradual para fontes de energia sustentáveis.

A relações públicas do PME, Gerda Smits, acrescentou que os fundos de pensão devem trabalhar junto com a classe política para desenvolver soluções voltadas às questões climáticas. O PME possui 4% de exposição a combustíveis fósseis.  



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