FCA QUER QUE GESTORES DE ATIVOS REVELEM OS CUSTOS DE TRANSAÇÃO AOS FUNDOS DE PENSÃO


Atualmente, os conselheiros e comitês de governança independentes (CGI) são obrigados a solicitar e prestar informações sobre os custos de transação dos ativos. No entanto, os gestores de ativos não são obrigados a divulgar amplamente, e de forma padronizada, os referidos custos.  

Para garantir que os conselheiros e CGIs recebam informações sobre os custos de transação, o supervisor financeiro (Financial Conduct Authority - FCA) está propondo que os gestores de ativos divulguem os custos agregados para os fundos de pensão que investem direta ou indiretamente em seus fundos.

Além disso, a FCA quer que os gestores de ativos forneçam informações detalhadas sobre diferentes custos mediante solicitação, incluindo-se aí valores específicos como impostos e empréstimos de títulos.

A FCA acredita que as novas regras garantirão maior uniformidade na divulgação dos custos de transação, permitindo que os órgãos de governança tenham uma certeza maior de que as informações lhes permitirão avaliar globalmente as despesas.  

O diretor de Estratégia e Concorrência da FCA, Christopher Woolard, afirmou: “Os CGIs já têm procurado fazer com que os planos de pensão funcionem adequadamente para os participantes”.

Ele acrescentou: “As propostas que estamos anunciando permitirão que o CGIs enxerguem completamente os custos de transação pagos pelos fundos de pensão, aprimorando o processo decisório no sentido de buscar o melhor custo-benefício para o participante”.

Para assegurar a uniformidade do mercado, a FCA também propõe que os cálculos sejam feitos utilizando-se uma metodologia chamada de “custo de derrapagem” (slippage cost) para avaliar os custos das transações. A metodologia compara o preço da transação quando a mesma foi de fato executada com o preço praticado na data em que a ordem para a realização da transação chegou ao mercado.

A FCA diz que o momento em que a ordem entra no mercado deve ser capturado por um sistema de gerenciamento que permitirá estabelecer o preço do ativo. A Associação de Investimento (IA) apoiou as propostas da FCA, ressaltando que a transparência é crucial para assegurar a confiança no mercado.

“A indústria de gestão de ativos está comprometida com a ampla divulgação dos custos em todos os produtos e serviços de investimento”, disse o diretor de Políticas da Associação, Jonathan Lipkin.

 “Esse trabalho já se encontra em estágio avançado. Um dos resultados é o novo modelo de prestação de contas utilizado pelo Local Government Pension Scheme.”

A Hargreaves Lansdown deu boas vindas às propostas e ressaltou que os fundos de pensão eram obrigados a divulgar os gastos sempre que possível - ao contrário dos gestores de ativos, gerando um “gargalo” no fluxo de informações.

“Se forem implementadas, essas regras darão mais transparência aos planos corporativos, podendo, inclusive, contribuir para a redução dos custos com a gestão de ativos”, declarou o analista sênior de previdência da Hargreaves Nathan Longo.

No entanto, ele salientou que a análise dos custos de transação, por si só, não é suficiente. “Os custos irão diferir com base nos diversos estilos de gestão e tipos de ativos investidos”, disse Long.

“O que realmente importa para os investidores é o retorno obtido após a contabilização de todos os custos e, felizmente, essa informação já é de domínio público.”



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