SUPOSTA FRAUDE EM FUNDOS DE PENSÃO ITALIANOS RESULTA EM SETE PRISÕES


Sete pessoas foram presas sob alegações de conspiração para cometer fraude, falência, peculato e evasão de divisas às custas de três grandes fundos italianos: o fundo de pensão dos contadores (Cassa di Previdenza dei Ragionieri), o plano dos jornalistas (INPGI) e o programa previdenciário dedicado aos médicos (Enpam). Os suspeitos são figuras conhecidas do setor financeiro do país e possuem ligações com a gestora de ativos Sopaf.

Segundo a imprensa italiana, os acusados são: Ruggero Magnoni, ex-presidente europeu do Lehman Brothers e presidente da Nomura, o braço italiano da companhia; seus irmãos Aldo Magnoni, fundador do fundo Oak, Giorgio Magnoni, CEO da Sopaf, e seu filho, Luca Magnoni, conselheiro da Sopaf.

A polícia de crimes financeiros da Itália (Guardia di Finanza) também prendeu Andrea Toschi, ex-presidente do Banco Arner e CEO da gestora de ativos Adenium, que pertence à Sopaf, além de Alberto Ciaperoni, empregado da Sopaf, e o contador Gianluca Selvi. Nenhum deles foi ou é empregado dos três fundos de pensão envolvidos.

Os crimes teriam rendido aos suspeitos quase €80 milhões, sendo €50 milhões da Cassa dei Ragionieri, €7 milhões do INPGI e €20 milhões do Enpam. A natureza dos crimes, que estariam ocorrendo desde 2009, ainda necessita de maior esclarecimento.

Suspeita-se que a Cassa dei Ragionieri tenha sido lesada através da gestora de ativos Adenium, cujos fundos foram transferidos de outra empresa, a HPS, de propriedade de Gianluca Selvi, para paraísos fiscais e posteriormente depositados nas contas dos suspeitos.

Em relação ao INPGI e ao Enpam, o procurador de Milão, Gaetano Ruta, justificou as prisões sob a alegação de que a Sopaf, que gerenciava parte dos ativos dos fundos de pensão, vendeu duas posições no Fondo Immobili Pubblici (FIP), fundo imobiliário administrado pelo Estado, por preços demasiadamente elevados sem justificativa, caracterizando enriquecimento ilícito. Um funcionário do Enpam declarou que os retornos dos investimentos no FIP eram positivos e que não houve perdas nas aplicações.

Entre 2011 e 2012, o Enpam se envolveu num escândalo que culminou na prisão do ex-presidente Eolo Parodi e de outros empregados e consultores por má conduta. Esses indivíduos estão prestes a ser julgados por acusações relacionadas a ‘investimentos tóxicos’ em instrumentos de dívida que colocaram as finanças do fundo em risco.

O Enpam, que atualmente possui €15 bilhões sob gestão, decidiu reformular a sua política de investimentos, diminuindo a proporção de ativos mais arriscados na carteira. 



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