Quatro dos cinco principais fundos de pensão holandeses não possuem capital suficiente para atender às exigências do governo, informaram, por meio de declaração conjunta, os próprios fundos na última sexta-feira. A regulação exige que os fundos possuam uma taxa de cobertura mínima de 104%. Isso significa que seus ativos devem exceder, ainda que minimamente, as suas obrigações previdenciárias.

O fundo de pensão dedicado aos trabalhadores de construção civil, Bpfbouw, que possui 800 mil participantes, é o único dos cinco a alcançar o patamar mínimo de fundeamento. A entidade possui uma taxa de cobertura de 114,5%, 0,7 pontos percentuais a mais do que a registrada há três meses.

O gigante ABP, que atende ao funcionalismo público, registrou uma leve queda em sua taxa de cobertura, que atualmente é de 101,1%. O fundo possui 2,8 milhões de participantes. “Os ativos do ABP cresceram mais de 9 bilhões de euros no último trimestre, mas o nível de fundeamento diminuiu em função das baixas taxas de juros”, declarou o vice-presidente Cees de Veer. As taxas de juros utilizadas no cálculo dos passivos vêm caindo sistematicamente em meses recentes. 

O PME, fundo dos engenheiros holandeses (630 mil participantes), viu seu nível de fundeamento cair para 102,6%. Franswillem Briët, presidente da entidade, afirma que a política de juros do Banco Central Europeu só tende a piorar a sua posição financeira. “Manter as taxas de juros baixas impede a recuperação financeira dos fundos de pensão,” disse em entrevista ao site nu.nl. “O nosso retorno anual de 17,8% certamente me alegra, embora não seja suficiente.”

O fundo de pensão destinado aos profissionais da área de saúde, PFZW, que possui aproximadamente dois milhões de participantes, teve seu nível de cobertura diminuído de 105% para 102%.