CHINA PERMITE QUE O FUNDO DE PENSÃO ESTATAL INVISTA MAIS ATIVOS NO EXTERIOR


CHINA PERMITE QUE O FUNDO DE PENSÃO ESTATAL INVISTA MAIS ATIVOS NO EXTERIOR

Na semana passada, o Conselho Estatal da China publicou esclarecimentos sobre as regras aplicáveis ao National Social Security Fund, o quinto maior fundo de pensão do mundo

A China decidiu relaxar as regras de investimento no exterior do seu fundo de pensão estatal, fazendo crescer as expectativas da comunidade financeira internacional sobre possíveis ganhos nos investimentos.

Na semana passada, o Conselho Estatal Chinês divulgou um comunicado acerca das regras aplicáveis ao National Social Security Fund (NSSF), o quinto maior fundo de pensão do mundo, com US$ 205 bilhões em ativos.

Num dos pontos mais importantes do documento, o Conselho informa que os ativos domésticos do fundo de pensão poderiam ser utilizados em investimentos no exterior, explicam gestores da Z-Ben, uma empresa de consultoria baseada em Xangai. “Ao permitir que ativos domésticos sejam investidos no exterior, o NSSF amplia o seu leque de opções, o que deve contribuir para o alcance de retornos mais elevados. Abrem-se portas, também, para a atuação das firmas de investimento.”

O governo também reduziu as exigências de liquidez para os investimentos do fundo, permitindo, assim, o aumento das alocações em private equity e classes de ativos ilíquidas. O anúncio animou as firmas internacionais de investimento esperançosas por gerir os novos ativos dos investidores institucionais chineses.

Andrew Telfer, sócio sênior da Baillie Gifford, gestora de fundos sediada em Edimburgo, afirmou: “Apenas um número limitado de fundos de pensão na China investe internacionalmente, mas esperamos que esse cenário mude nos próximos anos. O crescimento dos ativos na Ásia aumentou muito nos últimos cinco anos.” 

Baillie Gifford vem considerando fortemente a possibilidade de abrir seu primeiro escritório asiático em decorrência das mudanças recém-anunciadas. A maior parte da equipe da empresa trabalha em Edimburgo, embora alguns funcionários estejam alocados em Londres e Nova York.

“Gestores de fundos internacionais estão constantemente buscando contato com esses fundos a fim de ampliar sua base de clientes. Estima-se que haja mais de 120 mandatos internacionais concedidos por instituições chinesas e pelo fundo soberano chinês. Sempre há oportunidades”, observa Stewart Aldcroft, CEO do CitiTrust, braço de gestão de renda variável e fundos do Citigroup na Ásia, que tem Hong Kong como sede.

Mark Konyn, CEO da Cathay Conning Asset Management, sediada em Hong Kong, acrescenta: “O fundo vem sendo gerido de forma conservadora ao longo dos últimos 14 anos; essa parece ser uma tentativa de esclarecer quais são as suas diretrizes e ajustar a alocação de ativos, reduzindo o volume de depósitos em moeda. Com as taxas de retorno diminuindo e a possibilidade de haver maior volatilidade monetária na China, a oportunidade de diversificação em ativos internacionais tende a aumentar. Os gestores internacionais certamente estarão de olho nos próximos desdobramentos.”  

Além disso, o Conselho Estatal propôs ações punitivas para os profissionais que administram o fundo e que por ventura estejam envolvidos em atividades ilícitas. Yoon Ng, Diretor de pesquisa na Ásia da Cerulli Associates, uma consultoria de gestão de ativos, afirma que as medidas estão “alinhadas às auditorias recentes conduzidas junto ao fundo soberano chinês, que encontraram indícios de má gestão”.



Financial Times
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