FUNDO PREVIDENCIÁRIO SE ESGOTARÁ EM 2018


Desde 2012, o governo espanhol já retirou 37,7 bilhões de euros do Fondo de Reserva de la Seguridad Social, que hoje registra um saldo de 39,5 bilhões após o mais recente saque realizado pelo Ministério do Emprego no valor de 3,7 bi.

Se o ritmo de saques continuar, o fundo - concebido para servir como um salva-vidas financeiro em tempos de crise - se esgotará em pouco mais de três anos. O sistema previdenciário planeja fazer uso de um total de 8,5 bilhões neste exercício, fazendo com que o fundo feche o ano com 34,7 bilhões.

Segundo especialistas, a situação é grave, demandando reformas na Previdência Social, que ainda lida com os impactos da crise sobre o sistema de Bem-Estar Social como um todo. Os números são eloquentes: os 39,5 bilhões que sobraram no fundo de reserva seriam suficientes para pagar apenas cinco meses de benefícios, já que, em agosto, o gasto estatal com o pagamento de 9,3 milhões de pensões contributivas chegou a 8,2 bilhões de euros segundo a Tesorería de la Seguridad Social.

O panorama torna-se ainda mais preocupante devido à baixa proporção entre participantes ativos e pensionistas. Na Espanha, em função da crise, há apenas 2,6 trabalhadores contribuindo para cada pensionista.

Maiores saques ocorreram em 2014

A primeira vez que o governo de Mariano Rajoy utilizou o fundo de reserva foi em 2012, realizando saques que somaram 7 bilhões. Desde então, nos meses de julho a dezembro, período em que pagamentos extraordinários são realizados pelo sistema, o Ministério do Emprego vem utilizando sistematicamente os recursos.

Em 2013, o poder Executivo retirou 11,6 bilhões de euros do fundo. Em 2014, o volume utilizado foi muito maior, chegando a 15,3 bilhões.

De acordo com o Presupuesto de la Seguridad Social para 2016, documento que elenca as previsões de gastos previdenciários no país, o total dedicado ao pagamento de pensões deve chegar a 3,6% do PIB.

O esgotamento do fundo encontra-se diretamente associado ao déficit da Previdência Social, que em 2014 foi de 1,3% do PIB e em 2015 deverá ser de 0,6%. Segundo estudo da instituição financeira La Caixa, com sede em Barcelona, a crise financeira contribuiu para diminuir os volumes contributivos devido aos níveis alarmantes de desemprego, que juntamente com o aumento estrutural do gasto com pensões acarretado pelo envelhecimento da população e o incremento do valor médio dos benefícios levou o sistema à delicada situação financeira em que se encontra hoje.



El Economista (Espanha)
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