FUNDOS DE PENSÃO DEVEM INVESTIR EM CEMITÉRIOS E ABRAÇAR A DIVERSIDADE
Os fundos de pensão do Quênia foram aconselhados a diversificar os seus investimentos, incluindo a compra de terras para a construção de cemitérios. David Kinyua, consultor de investimento da Esham Park Ltd, disse que os investidores institucionais do país devem deixar de lado as percepções individuais sobre investimentos específicos, passando a avaliar, acima de tudo, a sua viabilidade.

“A natureza do projeto no qual se pretende investir deve ser norteada pelos retornos esperados. Assim, deparamo-nos com investimentos que variam de edifícios e energia a até mesmo terras para serem utilizadas como ‘última morada’ das pessoas”, declarou Kinyua, na semana passada, durante um simpósio realizado na cidade de Nairóbi.
 
O especialista recomendou que os conselheiros de fundos de pensão invistam na compra de terrenos para a construção de cemitérios dado o enorme déficit de cemitérios em muitos municípios. Ele sugeriu que as entidades invistam onde projetos de infraestrutura do governo provavelmente serão realizados, uma vez que os valores dos imóveis em tais localidades tendem a um crescimento mais rápido.
 
Em palestra realizada no mesmo evento, Jonathan Stichburry, diretor-executivo da PineBridge Investments, disse que a diversificação das carteiras é a chave para a obtenção de bons retornos nos investimentos.
 
 “A diversificação reduz riscos e melhora retornos. A maioria dos fundos de pensão se concentra em renda fixa e private equity. Há outras oportunidades com boa rentabilidade, como os imóveis”, ressaltou Stichburry. 
 
De acordo com a Retirement Benefits Authority (RBA), o fundo de pensão médio queniano tem seus ativos concentrados em ações e renda fixa, com 50% dos patrimônio investido em tais classes de ativos.
 
Embora a regulação da RBA permita investimentos em imóveis, Stichburry salientou haver pouca informação disponível aos fundos de pensão sobre como investir no segmento.
 
Uma pesquisa de 2015 realizada pela Consultoria Atuarial Alexander Forbes junto a  378 planos (KES 35,8 bilhões) revelou que somente 7,4% dos ativos eram alocados em propriedades, imóveis ou private equity.
 
“Com base numa média ponderada, o plano médio investe 30,2% de seus ativos em ações; 61,2% em renda fixa; 7,4% em propriedades e 1,2% no exterior”, informa a pesquisa.
 
 Os fundos de pensão registraram rentabilidade negativa de 11% em suas aplicações em renda variável, enquanto os retornos de renda fixa giraram em torno de 7,8% até dezembro de 2015 em comparação a 4,7% em setembro de 2015.
 
No passado, o índice de imóveis Hass Property Index demonstrou, de forma consistente, que os imóveis continuam sendo um investimento melhor em comparação a outras classes de ativos como ações e títulos.
 
Além do Quênia, outros países como África do Sul, Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e Hong Kong continuam a registar um crescimento positivo no mercado imobiliário.
 

O índice demonstrou que os preços dos terrenos aumentaram 503,1% desde dezembro de 2007. Para o chefe da agência Knight Frank Kenya, Anthony Havelock, os fundos de pensão também devem considerar a possibilidade de construir escritórios de nível “classe A”, que tendem a garantir bons retornos graças à procura de multinacionais por esse tipo de espaço.

  



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