FUNDOS SE UNEM CONTRA A REMUNERAÇÃO DOS EXECUTIVOS DA BARRICK GOLD CORPORATION


Pela segunda vez em três anos, a Barrick Gold Corp. enfrenta oposição de seus investidores às vésperas da assembleia geral anual. Dois dos maiores fundos de pensão do Canadá afirmam que não apoiarão o conselho de diretores da empresa.

Os fundos Ontario Teachers’ Pension Plan (OTPP) e British Columbia Investment Management Corp. (BCIMC) planejam votar contra a reeleição dos diretores da Barrick. A PGGM, uma das maiores administradoras de fundos de pensão da Holanda, também afirmou que não apoiará os diretores, informou o The Wall Street Journal.

 “Não estamos mais convictos de que os diretores estão aptos a exercer suas funções da maneira que nós consideramos adequada”, declarou o canadense OTPP. O BCIMC, por sua vez, acrescentou que a diretoria não tem sido receptiva às demandas dos acionistas, já que não corresponde às “expectativas em relação à rotatividade de seus membros”.

Mais uma vez (a primeira foi em 2013), os fundos de pensão se unem para fazer oposição à Barrick antes da assembleia anual; o motivo permanece o mesmo: a remuneração dos executivos.

A Barrick, que tem sede em Toronto, criou um novo programa de remuneração cujo principal objetivo seria o de recompensar os dirigentes pelo sucesso de longo prazo dos negócios. No passado, a mineradora já havia sido criticada por pagar quantias volumosas aos seus executivos apesar do fraco desempenho das ações. Inclui-se aí o “bônus de assinatura de contrato”, no valor de US$ 11,9 milhões, recebido pelo presidente John Thornton em 2012, assunto que gerou polêmica na assembleia de 2013.

Os fundos ainda não estão convencidos de que a empresa esteja alinhando adequadamente a remuneração ao desempenho dos seus executivos. Além disso, o caso Thornton permanece como ponto de discórdia. Ele recebeu US$ 12,9 milhões no ano passado, embora o valor das ações da Barrick tenham caído 33%. O OTPP alega que o pagamento feito aos vice-presidentes Kelvin Dushnisky e Jim Gowans (US$ 4,5 milhões e US$ 7,3 milhões, respectivamente) também aparenta estar “fora da curva” levando-se em conta o desempenho da empresa.  

O Ontario Teachers’ Pension Plan acrescentou que a falta de experiência em mineração do conselho é preocupante apesar da Barrick ter tentado lidar com o problema no final de 2013 via a nomeação de vários diretores novos.

A Barrick defende o seu sistema de remuneração alegando que os dirigentes são avaliados com base em uma “tabela de desempenho de longo prazo” desenhada para incentivar a obtenção de bons retornos em diferentes condições de mercado. “Eles são 100% encorajados a gerar valor de longo prazo para os acionistas”, declarou a Barrick. A empresa também disse, em nota, que treze de seus diretores possuem um profundo conhecimento de mineração.

Ainda que o “Teachers” e o BCIMC sejam fundos influentes, eles possuem, juntos, menos de 1% das ações da mineradora.

 



The Financial Post
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