FUNDOS ISRAELENSES INVESTEM EM PRIVATE EQUITY NO EXTERIOR


Investidores institucionais israelenses estão colocando bilhões de dólares em fundos de private equity estrangeiros após as reformas realizadas pelo governo para incentivar a poupança domiciliar terem gerado grande influxo de capital.

Gestores de companhias seguradoras e fundos de pensão viram seus ativos crescerem 50% em cinco anos, atingindo US$ 441 bilhões em 2016 de acordo com o Banco de Israel, depois da implantação de uma série de mudanças, iniciada em 2008, para estimular os planos de pensão.

Com baixas taxas de juros históricas que tornam os investimentos em títulos menos atraentes e a queda no volume de negociação da Bolsa de Tel Aviv, em parte porque diversas empresas israelenses bem-sucedidas estão sendo listadas em outros lugares, os gestores procuram hoje diversificar os investimentos.

“Está entrando mais dinheiro do que nunca na indústria. Os gestores de fundos estão sentados sobre montanhas de dinheiro que de repente deixaram de gerar rentabilidade, daí a necessidade de diversificar”, disse Rami Dror, CEO da Halman-Aldubi, asset israelense.

A Bolsa de Valores de Tel Aviv não consegue absorver esses enormes volumes de investimento. Em 2016, o volume negociado foi de 1,27 bilhão de shekels (US$ 340 milhões) por dia ante 1,45 bilhão em 2015 e 2 bilhões em 2010.

O número de empresas listadas na Bolsa caiu em mais de 200 na última década, chegando a 451. Ao mesmo tempo, há poucas ofertas públicas de ações, e muitos optam por listar suas empresas em outros países.

A migração para o capital privado estrangeiro já está em andamento e condiz com tendências globais na medida em que os investidores procuram melhores retornos num ambiente de baixas taxas de juros.

A Praedicta, empresa de análise de dados, estima que os investidores institucionais israelenses possuíam US$ 11 bilhões investidos em fundos de private equity em 2016, um aumento de 162% em relação a cinco anos antes. Dois terços desse montante encontram-se alocados em fundos estrangeiros e o restante localmente.

A Halman-Aldubi Global, unidade de distribuição de fundos do grupo, estima que as alocações em investimentos alternativos como private equity, hedge funds e imóveis mais que dobrará nos próximos três anos, chegando a US$ 30 bilhões, possivelmente dobrando mais uma vez em cinco anos - para US$ 60 bilhões.

Israel, a exemplo de muitos outros países, realizou uma série de reformas previdenciárias a fim de lidar adequadamente com o envelhecimento da população. Em 2008, o governo aumentou a porcentagem dos salários a ser reservada para a aposentadoria e outras indenizações de 2,5% para 18,5%.

O governo também expandiu o uso dos chamados “fundos de poupança de médio prazo” pelos empregados e começou a depositar 50 shekels (US$ 13) por mês no fundo de pensão de cada criança israelense.

A medida levou a um aumento considerável de capital entre os investidores institucionais, algo que tem atraído a atenção de assets estrangeiras.

 “Embora comece de uma base bastante modesta, Israel poderá vir a se expandir em ritmo muito mais rápido nos próximos anos, e isso torna o país mais interessante para pessoas como nós”, disse Michael Granoff, CEO da Pomona Capital, empresa especializada em private equity com sede em Nova York.

A Pomona administra cerca de US$ 9 bilhões em ativos e, em seu nono fundo incluiu, pela primeira vez, a participação de investidores institucionais israelenses.

Em cinco anos, o número de investidores ativos de private equity em Israel saltou de nove para 28 de acordo com a Preqin. A Europa e a América do Norte são os destinos preferidos para os investimentos de private equity no exterior, informou a Preqin.

“Mudamos nossa abordagem nos últimos anos e tentamos investir a maior parte do nosso dinheiro fora de Israel”, disse Asaf Shoham, chefe de investimentos da Migdal, uma das maiores seguradoras do país.

Ele acredita que a Migdal irá ao menos dobrar a porcentagem de sua carteira dedicada ao capital privado, o que significa investir, a cada ano, entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão no segmento.



Reuters
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