EXPOSIÇÃO DOS FUNDOS DE PENSÃO AO PRIVATE EQUITY É LIMITADA


Apesar das mudanças regulatórias que permitem concentrações mais elevadas e indícios de que a classe de ativos pode oferecer bons retornos, a exposição dos fundos de pensão ao private equity permanece limitada segundo uma nova pesquisa. De acordo com o relatório “New Frontiers” elaborado pela Southern African Venture Capital and Private Equity Association (Savca), que buscou obter impressões dos 100 maiores fundos de pensão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral sobre o private equity, quase 60 por cento dos inquiridos não possui alocação nessa classe de ativos. O estudo teve como base uma pesquisa eletrônica realizada no último trimestre de 2015. Dos 39 entrevistados, 14 possuíam entre 2,5% e 10% dos ativos sob gestão investidos no segmento; 23 não detinham quaisquer investimentos em PE e 2 não divulgaram as suas posições.

A regulação sul-africana dos fundos de pensão permite que as entidades invistam até 10% de seus ativos em private equity. Anteriormente, tal limite era de 2,5%.

Erika van der Merwe, CEO da Savca, diz que poucos fundos de pensão têm tirado proveito das mudanças regulatórias. “Em nossa opinião, trata-se de uma oportunidade perdida tanto para os fundos quanto para os seus participantes.”

Private equity é uma classe de ativos alternativos de longo prazo na qual os gestores angariam fundos de vários tipos de investidores para comprar ativos predominantemente privados.

De acordo com o estudo, a principal razão para justificar a relutância dos fundos de pensão em investir em private equity é a falta de conhecimento, o que deixa clara a necessidade por mais educação e exposição a esses papéis, diz Van der Merwe.

“Ele (o investimento em private equity) não é tão simples e direto quanto as ações listadas em bolsa, os títulos, moeda ou até mesmo os imóveis. É necessário fazer uma profunda reflexão, bem como uma seleção criteriosa dos investimentos”, acrescenta.

Os fundos de pensão também demonstram preocupação com a natureza ilíquida da classe de ativos e o compromisso de longo prazo (geralmente 10 anos) exigido.

Van der Merwe disse que alguns fundos citam ainda a falta de capacidade interna para supervisionar os investimentos em private equity. Os resultados do estudo parecem estar de acordo com as conclusões do relatório Bright Africa study elaborado em 2015 pela gestora RisCura, segundo o qual os fundos de pensão da África do Sul registram a segunda alocação mais baixa na classe denominada “outros ativos” (que inclui o private equity) entre dez mercados africanos, com uma parcela de 2,3% das carteiras.

Outro estudo de 2014 elaborado pelo Coller Institute of Private Equity evidenciou que os fundos de pensão possuem, globalmente, cerca de 5% dos ativos alocados em capital privado.

Van der Merwe disse que nos próximos 10 a 15 anos é viável ter como meta uma alocação de 5% em PE para os fundos de pensão locais, embora haja dúvidas sobre a ocorrência de mudanças significativas no segmento nos próximos cinco anos.

Dave Stadler, presidente da Savca, afirmou que 5% é uma expectativa prudente levando-se em conta o limite máximo de 10% previsto na regulação.

Fundos de dotação estrangeiros que investem no segmento há mais tempo possuem alocações próximas a 20%, o que sugere que os retornos são satisfatórios. Van der Merwe alerta que isso nem sempre é verdade, mas que o PE tende a superar as ações listadas no longo prazo. De acordo com o Relatório de Desempenho do Private Equity - setembro 2015 da consultoria RisCura e da Savca, o retorno obtido pelos investidores de private equity na África do Sul foi de 20,7% no período de dez anos em comparação a 14,9% de rentabilidade do índice JSE All Share



The Herald (África do Sul)
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