O FUTURO É VOLÁTIL
Em palestra proferia durante a conferência da Associação Nacional dos Fundos de Pensão do Reino Unido (NAPF), realizada em meados deste mês, William Hague, ex-primeiro secretário de Estado inglês, compartilhou suas visões acerca de um futuro incerto. “A expectativa é por tempos voláteis e incertos em escala global.”

No dia anterior, tal previsão já havia sido compartilhada por Stephanie Flanders, Estrategista Chefe de Mercado para o Reino Unido e Europa da J.P. Morgan Asset Management. “Os investidores devem estar preparados para muita, muita volatilidade”, disse Flanders. 

Hague manifestou preocupação com as atuais discussões no âmbito da União Europeia, tendo declarado que “os problemas estão apenas começando, não terminando”. O problema, afirmou, não se limita à decisão da Grã Bretanha sobre sua postura no bloco, mas a questões já em estágio avançado na União Europeia e os efeitos que elas terão sobre o futuro. “Precisamos ser capazes de tomar decisões num futuro instável. Tais decisões carecem de flexibilidade”, acrescentou Hague. 

Os mercados globais atravessaram muitas dificuldades ao longo do ano, particularmente durante o verão (no hemisfério norte), quando o mercado chinês entrou em colapso, surtindo forte impacto sobre os mercados emergentes.

“O mercado comercial e de exportação não está ajudando os países a saírem do sufoco”, comentou Flanders. Diante disso, esses países estão buscando gerar riquezas internamente. “Assim a demanda doméstica cresce e a produtividade aumenta.”

Esse tipo de crescimento econômico fortalece os países que têm condições de despender recursos. Os mercados emergentes, por sua vez, não conseguem reagir da mesma forma, por isso estariam sofrendo tanto com a queda da atividade comercial. A despeito dessa retração, de maneira geral a tendência é de enriquecimento, embora grandes oscilações sejam esperadas. 

Flanders acrescentou: “Nem tudo está ruim.” Ela acredita ser possível se planejar para a instabilidade, já que o risco tende a compensar em períodos de volatilidade. “Se conseguirmos lidar bem com os altos e baixos de um mercado volátil, conseguiremos nos sair bem no final.”   

Os investidores podem tirar proveito do mercado volátil. Há, no entanto, uma aversão natural a investimentos nesse ambiente, apesar de eles funcionarem bem para objetivos de curto e longo prazo. “Investidores de curto prazo podem vir a descobrir a utilidade das técnicas de gestão da volatilidade. Para os focados no mais longo prazo, os mercados voláteis podem oferecer oportunidades bastante interessantes”, conclui Flanders. 

Hague também concluiu sua apresentação com palavras positivas. “Precisamos ser otimistas. As pessoas estão mais felizes, saudáveis e longevas.” 


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