FUNDOS DE PENSÃO PEDEM AOS REGULADORES DOS EUA QUE AMPLIEM O DISCLOSURE DAS EMPRESAS


Uma coalizão que inclui alguns dos maiores fundos de pensão dos EUA quer que os reguladores federais obriguem os grandes bancos e outras empresas públicas a divulgar detalhes sobre como gerenciam, remuneram e incentivam seus funcionários.

Numa petição a qual a Reuters teve acesso, um grupo de 25 investidores institucionais - incluindo o Sistema de Aposentadoria dos Funcionários Públicos da Califórnia (CalPERS) e o Sistema de Aposentadoria dos Professores da Califórnia (CalSTRS) - pediu para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) aprovar regulações que demandem das empresas públicas o fornecimento de informações úteis aos investidores.

De acordo com a petição, tais informações incluiriam detalhes sobre demografia, habilidades, segurança, produtividade, direitos humanos, remuneração e incentivos. Segundo as regras atuais, as empresas só são obrigadas a informar os investidores sobre o número total de funcionários.

“A maneira como você estrutura e paga sua força de trabalho pode  definitivamente afetar o desempenho do negócio”, disse Meredith Miller, diretora de governança corporativa da UAW Retiree Medical Benefits Trust, um dos líderes da iniciativa.

“A gestão efetiva do capital humano pode realmente fazer a diferença para uma empresa. Por outro lado, a má gestão de questões relacionadas ao trabalho, como treinamento e desenvolvimento, saúde, segurança ou diversidade, pode gerar passivos.”

A petição de 29 páginas vista pela Reuters defende que a chamada “divulgação da gestão de capital humano” é importante para os investidores, embora não prescreva como essas informações deveriam ser apresentadas, deixando a decisão para a SEC.

A demanda por informações adicionais sobre como as empresas tratam seus funcionários vem menos de um ano após a Wells Fargo & Co ter sido multada por reguladores dos EUA, que descobriram que a estrutura de remuneração e metas de vendas irrealistas da empresa levaram os funcionários a abrir cerca de dois milhões de contas não autorizadas.

A petição cita uma série de estudos sobre como as questões relativas à força de trabalho podem afetar os resultados das empresas, utilizando tais estudos para justificar a criação das novas regras de disclosure.

Um dos estudos citados na petição revelou que o corte de horas de trabalho - uma prática comum entre as empresas varejistas - resultou em prejuízos às corporações.  

A SEC costuma receber diversas petições públicas anualmente pedindo a aprovação de diferentes tipos de regulação por parte de associações de comércio e organizações sem fins lucrativos que defendem boas práticas de governança. Mas a SEC não é obrigada a acolher as propostas.

Uma petição de 2011 pedindo que as empresas divulgassem suas despesas políticas, por exemplo, nunca foi formalmente apreciada pela agência apesar de receber um número recorde de comentários e assinaturas.



Reuters
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