UE EXIGE QUE FUNDOS DE PENSÃO AVALIEM RISCOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS
De acordo com uma lei aprovada na última quinta-feira, os fundos de pensão da UE terão que levar em conta os riscos ambientais em suas estratégias de investimento. Os ecologistas esperam que a legislação sirva como um estímulo para que os recursos deixem de ser investidos em combustíveis fósseis, passando para setores mais verdes.

Por ampla maioria, o Parlamento Europeu apoiou a lei que exige que os gestores de fundos de pensão considerem os “riscos ambientais, sociais e de governança” de seus investimentos.

A votação confirma um acordo que já havia sido feito pelos países do bloco. A aprovação da regra, portanto, apenas formaliza a exigência.

A decisão ocorre num momento em que a União Europeia avalia medidas para mitigar riscos sistêmicos de longo prazo associados às mudanças climáticas, a condições climáticas extremas e aos preços voláteis de energia. Os ministros da Fazenda dos países europeus também discutem a possibilidade de adoção de testes de estresse de carbono para empresas que oferecem serviços financeiros.

De acordo com a nova lei, os efeitos negativos das mudanças climáticas e questões políticas associadas aos fundos de pensão merecerão o mesmo nível de atenção que os riscos de liquidez, operacionais ou de investimento.

“Trata-se de um grande passo na promoção de investimentos em produtos sustentáveis”, disse o parlamentar alemão Sven Giegold, acrescentando que a lei “abre caminho para o desinvestimento dos fundos de pensão em combustíveis fósseis”.

A indústria previdenciária gerencia, na Europa, cerca de 3 trilhões de euros (US$ 3,17 trilhões) em ativos em nome de aproximadamente 75 milhões de pessoas.

O grupo de conservação WWF afirmou: “Esta votação é um marco para os investimentos responsáveis na Europa. Trata-se da exigência mais forte e objetiva já tipificada na UE”.

A lei, que altera a legislação vigente, visa tornar o setor mais seguro por meio da introdução de um novo conjunto de requisitos relacionados à prestação de contas e gestão de riscos.

A regra também deverá incentivar os investimentos de longo prazo e facilitar a operação dos fundos em diferentes países, eliminando barreiras legais e reduzindo custos.

O PensionsEurope, grupo que representa os fundos de pensão, afirmou que a lei promoverá o bom desenvolvimento da indústria e elogiou o fato de novos requisitos de capital não terem sido impostos.



Reuters
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