FUNDOS DE PENSÃO ESPANHÓIS REGISTRAM RETORNO DE 2,7% EM 2016


Os fundos de pensão baseados no vínculo empregatício da Espanha obtiveram retornos médios de 2,74% em 2016 segundo a Associação de investimentos e fundos de pensão do país (INVERCO).

Tal rentabilidade é comparável ao retorno de 3,48% registrado nos 12 meses anteriores ao final de setembro, sendo inferior, ainda, aos 2,88% obtidos no exercício de 2015.

No entanto, a INVERCO salientou que o desempenho foi alcançado a despeito dos períodos de incerteza que dominaram os mercados ao longo do ano, embora as ações tenham tido um bom desempenho no final de 2016, acrescentou a associação.

A rentabilidade anual média dos fundos espanhóis patrocinados por empresas foi de 4,28% e 5,76%, respectivamente, nos três e cinco anos anteriores a 31 de dezembro de 2016.

No final de dezembro, o total de ativos sob gestão nos fundos baseados no vínculo empregatício no país era de €35,4 bilhões, 0,3% a menos que no ano anterior. O número de participantes no sistema permaneceu estável no período, em pouco mais de 2 milhões.

De maneira geral, observou-se uma pequena aceleração na migração dos ativos dos fundos de pensão do mercado doméstico para o estrangeiro no final do ano: os ativos domésticos somavam 57,2% das carteiras no final de dezembro de 2016 contra 62,5% no fim de setembro.

As participações estrangeiras passaram de 22,8% no final de setembro de 2016 para 26,3% três meses depois.

Houve mudança similar na renda fixa em relação à renda variável durante o último trimestre do ano, embora um fator preponderante tenha sido o bom desempenho das ações no período.

Os investimentos de renda fixa totalizavam 54,3% das carteiras no final do ano, uma queda de 3,3 pontos percentuais desde o final de setembro. Comparativamente, na mesma data, 27,2% dos ativos estavam investidos em ações, um aumento de 3,5 pontos percentuais em relação a setembro.

Desse total, 9,6% estão alocados em ações espanholas e 17,6% em ações não-domésticas.

No entanto, o maior componente das carteiras dos fundos de pensão - o equivalente a 29,4% - continua a ser os títulos públicos espanhóis; outros 16,2% encontram-se alocados em títulos corporativos.  

David Cienfuegos, chefe de investimento para a Espanha na Willis Towers Watson, afirmou: “Há claramente uma tendência por retornos mais baixos e, considerando a atual situação da economia global, acreditamos que os retornos serão menores por mais tempo”.

Ele diz que os ativos com melhor desempenho em 2016 para os fundos de pensão espanhóis que são clientes da empresa foram os mais ilíquidos, como o private equity, a infraestrutura e a dívida privada. Os clientes que contrataram serviços de gestoras de ativos maiores, com alcance mundial, também tiveram retornos mais significativos.

Cienfuegos acrescentou: “As classes de ativos mais tradicionais tiveram um ano difícil. No mercado acionário houve preocupações com a desaceleração da China, embora o rally nas últimas semanas de 2016 tenha ajudado na performance”.

De acordo com Cienfuegos, existe hoje uma divisão dentro dos fundos de pensão ocupacionais espanhóis, ou seja, há aqueles que permaneceram nas classes de ativos tradicionais e aqueles que diversificaram, investindo em crédito alternativo e mercados privados.

“Estamos começando a ver diferenças em termos de desempenho”, disse o especialista. “Os fundos - geralmente os maiores - que fizeram seu dever de casa e estão diversificando tiveram retornos em torno de 4% a 5% em 2016 ao invés da média da indústria, que foi de 2,7%.”

Cienfuegos disse ainda que uma das principais preocupações em termos de gestão de risco para os clientes da consultoria é a exposição ao risco cambial nos mandatos globais, especialmente no que se refere ao dólar americano.

“O custo da proteção (hedging) aumentou dramaticamente devido à diferença entre as taxas de juros do dólar e do euro. Há uma diferença de cerca de 1,5% sobre qualquer exposição ao dólar americano.”

Cienfuegos afirmou ainda que os grandes fundos de pensão estão em fase de revisão de suas políticas de hedge cambial na tentativa de buscar proteção sem aumentar os custos.

Enquanto isso, estimativas preliminares produzidas pelo Serviço de Desempenho dos Investimentos Previdenciários da Mercer (Mercer’s Pension Investment Performance Service - PIPS) fornecem uma imagem mais otimista dos níveis de desempenho, com um retorno de 3,6% para os fundos de pensão espanhóis durante o exercício de 2016.

O PIPS faz uso de uma ampla amostra de fundos de pensão, em sua maioria planos patrocinados por empresas.

Ao longo do exercício, dentro do universo da amostra, as ações tiveram desempenho bem superior à renda fixa. As ações não pertencentes à zona do euro registraram rentabilidade média de 14%, enquanto as ações da zona do euro renderam 4,1%. A renda fixa registrou retornos da ordem de 2,8%.

Contudo, no mês de dezembro, houve um aumento no desempenho da renda variável na zona do euro, com retorno de 7,9% para as ações europeias em comparação a 2,2% providos pelas ações não pertencentes à UE. 



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