CARTEIRAS DE FUNDOS DE PENSÃO SUÍÇOS "ESTÃO 4°C DISTANTES DO ACORDO CLIMÁTICO DE PARIS"


Os fundos de pensão suíços estão, de maneira geral, fora da marca quando se trata de contribuir para a redução do aquecimento global.

 

Um levantamento das carteiras de investimento realizado com o apoio do governo apurou que a maioria das estratégias estão alinhadas às expectativas de aquecimento global, isto é, 6°C até o final deste século. O aquecimento máximo almejado pelo Acordo de Paris, que trata das mudanças climáticas, é de 2°C.  

 

 “Coletivamente, os fluxos financeiros subjacentes aos títulos corporativos e carteiras de ações listadas dos fundos de pensão suíços seguem, nos dias de hoje, uma tendência em prol dos 6°C”, afirmou o relatório que acompanha a pesquisa.

 

No entanto, os autores enfatizam que há “diferenças significativas” entre as carteiras dos fundos de pensão estudados.

 

No segundo trimestre, as autoridades suíças deram aos fundos de pensão e seguradoras do país a oportunidade de testar suas carteiras de renda fixa e variável em relação a sua compatibilidade com os objetivos constantes do acordo climático.

 

Ao todo participaram 87 investidores, dentre eles 66 fundos de pensão com um total de ativos de CHF177 bilhões (151,8 bilhões de euros) - bem mais da metade do total de ativos no mercado.

 

A pesquisa detectou dois fatores principais que têm contribuído para a falta de alinhamento com o objetivo de 2°C. Por um lado, “as empresas constantes nas carteiras estão investindo para aumentar a produção de tecnologias com alta emissão de carbono”, afirmou o relatório. Além disso, “faltam investimentos em alternativas de baixa emissão de carbono”, acrescenta o documento.

 

Os pesquisadores também observaram um aumento de 5%-15% na capacidade de energia gerada pela queima de carvão prevista para os próximos cinco anos pelas empresas nas quais os fundos de pensão e seguradoras suíças detêm participações. “Isso se deve principalmente aos investimentos em países não membros da OCDE”, diz o relatório.

 

Cada participante recebeu uma análise de seu portfólio, incluindo sugestões “para melhorar o alinhamento” e “aumentar o nível de conscientização” acerca dos riscos climáticos que podem se fazer presentes nas carteiras.

 

Os pesquisadores declararam: “A análise apresentada aqui também pode, no futuro, ser utilizada pelo governo suíço para gerar informações a respeito do artigo 2.1c do Acordo de Paris”.

 

Trata-se de uma referência ao objetivo do Acordo de tornar os fluxos financeiros “mais condizentes com a busca por baixas emissões de gases do efeito estufa e com o desenvolvimento pautado por questões climáticas”.

 

Os resultados fazem referência, ainda, a um relatório divulgado no início deste ano pela gestora de ativos Schroders, segundo o qual o mundo caminha para um aumento de 4ºC na temperatura em longo prazo.

 



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