ERAFP PRETENDE OFERECER HABITAÇÃO PARA FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS


O plano de pensão do funcionalismo público da França (€28 bilhões sob gestão) está se preparando para aumentar os investimentos em imóveis residenciais a serem oferecidos aos participantes.

No final do ano passado, o ERAFP foi uma das partes a assinar um acordo que permite aos funcionários públicos da região de Paris reservar unidades habitacionais de baixo custo. As unidades pertencem ao portfólio de imóveis de um fundo de habitação, o Fonds de logement intermédiaire (FLI), no qual a ERAFP tem uma participação de 60 milhões de euros.

O FLI oferece a cada um de seus acionistas a possibilidade de reservar unidades habitacionais para seus beneficiários ou agentes designados de forma proporcional a sua participação. No caso do ERAFP, cerca de 600 unidades habitacionais podem ser reservadas para os participantes ativos do plano nos próximos anos.

Em seu relatório anual de 2016, disponibilizado em inglês nesta semana, o plano de pensão diz que o acordo seria “a prova de que é possível obter rentabilidade de longo prazo nos investimentos e ao mesmo tempo beneficiar os servidores públicos” e que a “experiência” deveria ser ampliada.

“Entre outras coisas, precisamos ampliar esse mecanismo o mais rápido possível para os funcionários públicos municipais, regionais e do setor de saúde”, observou o fundo.  

“Para avançarmos, precisamos continuar investindo no setor de imóveis residenciais, algo que se enquadra em nosso objetivo de diversificar os investimentos.”

No início deste ano, o ERAFP foi autorizado a elevar a sua alocação em imóveis de 10% para 12,5%, anunciando posteriormente três mandatos de €200 milhões em investimentos em habitação doméstica. Um dos requisitos é que o provedor escolhido venha a disponibilizar unidades habitacionais para os funcionários públicos.

Um porta-voz do ERAFP disse à IPE que os mandatos seriam concedidos até o final deste ano ou início de 2018. O prazo para as candidaturas terminou no final de junho.

Desde 2015, o fundo de pensão tem buscado investir gerando um impacto socioeconómico positivo sobretudo na França e no resto da Europa.

Em 2016, a entidade quase dobrou o financiamento dado a pequenas e médias empresas europeias, investindo 580 milhões de euros em oposição aos 360 milhões investidos no ano anterior.

O fundo continua a diversificar sua carteira no ambiente internacional graças a mudanças regulatórias ocorridas em 2015.

Em 31 de dezembro, a taxa de retorno interno do portfólio do ERAFP era de 5%, em contrapartida a 4% no ano anterior.

Enquanto isso, em 2016, o cálculo da taxa de desconto do fundo de pensão foi alterado para levar em consideração a previsibilidade de retorno da renda variável.

Dominique Lamiot, presidente do ERAFP, afirmou: “Considerando que a fórmula de cálculo foi desenvolvida antes do processo de diversificação gradual da carteira de ativos para ações, imóveis, private equity e infraestrutura, a taxa de desconto do plano aplicada às reservas agora reflete o equilíbrio entre os títulos e os ativos de renda variável pretendido pelo conselho de administração, oferecendo maior coerência”.

A taxa de desconto, que é aplicada às reservas do plano, foi fixada em 0,8%, 20 pontos-base a menos que em 2015. O ERAFP observa que a sua taxa de desconto é conservadora se comparada às práticas de outros fundos de pensão europeus.

O CEO do ERAFP, Philippe Desfossés, tem defendido que os fundos de pensão, a exemplo do ERAFP, tenham uma perspectiva de longo prazo, comunicando os retornos também com essa visão de longo prazo.

No relatório anual do fundo, Desfossés classificou como “absurdo” o fato de grandes fundos de pensão públicos - em particular no Japão, Suécia e EUA – divulgarem resultados trimestrais apesar de gerenciarem compromissos ao longo de várias décadas. Segundo o executivo, uma alternativa seria produzir e divulgar resultados condizentes com a duração das obrigações dos fundos.

“Neste relatório, estamos iniciando esse exercício ao apresentarmos, juntamente com o desempenho anual, a nossa performance medida em um período mais longo”, disse Desfossés.



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